A Sala de Emprego desta segunda-feira (11) fala sobre o freelancer, o trabalho sem carteira assinada. Tem muita gente que tem um freela para complementar a renda, mas também tem muita gente que não consegue um emprego fixo e encontra no freelancer uma oportunidade para continuar ativo e ganhando dinheiro.
Um dia de trabalho na vida de Marcelo é assim: ele trabalha em casa, mais precisamente na sala, e faz reuniões é pela internet. A vida dele mudou há 15 anos, quando trocou um cargo administrativo em uma companhia aérea para trabalhar com tecnologia. E foi mais ousado ainda, deixou de ter carteira assinada e passou a trabalhar de freelancer: “Minha ferramenta é a internet, onde coloco currículo e faço contatos com novos clientes. Tem que se programar, conhecer bem o produto que vai vender e saber dosar o tempo”.
Não existe um cálculo de quantas pessoas trabalham como freelancer no Brasil. A Prolancer, que funciona como uma agência de empregos para trabalho freelancer na internet, calcula que no último ano esse tipo de atividade teve um aumento de 30%.
Exemplos
Em Fortaleza, o contador Wilson Neto faz dupla jornada e aposta em 2016 para tornar o freela em um negócio próprio. O expediente na empresa de contabilidade onde ele trabalha só começa as oito da manhã, mas o dia dele começa bem antes com um trabalho extra. "Eu resolvi fazer minha carteira de clientes e fazer um por fora também e agregar os dois, tendo meu salário no escritório e tendo meus clientes por fora também”, relata.
Wilson não diz quanto rende o trabalho como freela, mas garante que vale muito a pena: “O que recebo dos meus clientes tá dando bem mais que meu salário. Hoje, se eu quisesse viver só do meu freelancer, eu viveria".
Ele já tem planos para acabar com a dupla jornada: vai montar a própria empresa: “Eu pretendo fazer isso em 2016. Tô trabalhando para isso. É o meu projeto, fazer as coisas vislumbrar e deslanchar”.
Já em Campo Grande, o pizzaiolo Geraldo conseguiu fazer do freela o seu trabalho de tempo integral. Todos os equipamentos da cozinha, ele comprou com o dinheiro que ganhou fazendo freelas nos últimos seis meses.
O primeiro emprego do Geraldo foi de pizzaiolo. Ele trabalhou em várias pizzarias e chegou a gerente. Foram 12 anos como empregado até que decidiu trabalhar por contra própria. Ele tem agora 19 sabores na lista e vai até a casa do cliente fazer a pizza. Na casa do cliente, o pizzaiolo monta toda a estrutura. Leva o forno, o botijão de gás e os ingredientes.
“Agora o trabalho está sendo divulgado com as mídias sociais e no boca a boca. Estou mais que satisfeito. É um dinheiro que a gente tem que correr atrás, que é gratificante porque você sabe que é para aumentar o que é seu”, comemora.
Luiz Edmundo Rosa, diretor da Associação Brasileira de Recursos Humanos, participou de um bate-papo, respondeu dúvidas sobre os benefícios de ser freelancer e deu dicas para quem quer começar a trabalhar dessa forma. Veja no vídeo acima.