Seis finalizações, apenas uma chance real de gol, quando a
partida estava decidida em favor do adversário, e o sentimento negativo, muito
mais pelo segundo tempo do que pelo primeiro na derrota por 3 a 0 para o São
Paulo (veja os melhores momentos no vídeo). O Joinville sofreu a segunda
derrota no Brasileirão, mas a da noite deste domingo foi mais dolorida que o 1
a 0 na estreia, para o Fluminense. É que, segundo o técnico Hemerson Maria, foi
marcada pela falta de ousadia e coragem.
Na entrevista coletiva após o jogo no Morumbi, o treinador
apontou que os problemas ganharam dimensão maior no começo da etapa
complementar, após o segundo tento dos são-paulinos. Conforme o comandante do
JEC, a equipe “desmoronou” após o gol de Michel Bastos e evidenciou a
superioridade do adversário no confronto da terceira rodada do Campeonato Brasileiro.
- Falta mais ousadia e coragem. Se rever o primeiro tempo,
tivemos chance na frente da área para termos uma definição melhor, talvez com
um pouco mais de ousadia. Tem que ter responsabilidade neste momento e não
culpar dois ou três jogadores, porque quando ganha, ganha todo mundo, e quando
perde, perdem todos. Coletivamente a atuação no segundo tempo não foi boa.
Quando tomamos o segundo gol, a equipe desmoronou e não conseguimos marcar,
saímos desorganizados, quisemos apertar na frente e não deu. Precisa de
equilíbrio neste momento. Temos que ter consciência de que o São Paulo foi
melhor, mereceu e não produzimos para ter um resultado melhor – desabafou o
comandante do JEC.
Por mais ousadia, coragem, o primeiro gol e o
primeiro triunfo no Campeonato Brasileiro, o Joinville trabalha no decorrer
desta semana, na preparação ao próximo jogo. No sábado, às 21h, o JEC recebe o
Atlético-PR, no primeiro duelo na Arena Joinville com a presença da torcida tricolor.
Leia a íntegra da entrevista coletiva do treinador.
Avaliação
- O gol no primeiro tempo não responsável pela derrota,
embora jogar contra o São Paulo e tomar um gol com 10 minutos atrapalhe o plano
estratégico para o jogo. A equipe assimilou bem esse gol, conseguimos ter posse
contra o São Paulo. Acho que só tiveram outra oportunidade em um erro de saída
de bola. No segundo tempo o gol no começo atrapalhou e desmontou até moralmente
a equipe. O time sentiu muito e, a partir daí, eles dominaram as ações, tiveram
oportunidades de ampliar ate antes do terceiro gol. Não temos o que lamentar
desta vez. Contra o Fluminense pudemos lamentar o gol no final, ou lamentar o
empate com o Palmeiras na Arena. Agora, contra o São Paulo, não. Temos que ter
humildade, reconhecer a superioridade deles e trabalhar para que contra o Atlético-PR
a equipe jogue melhor e consiga a primeira vitória no campeonato.
Entradas de Popp e Jael
- Eu chamei os dois para entrar um pouco antes dos 19
minutos (do segundo tempo), chamei aos 13 e estavam posicionados quando tomamos
o gol. Entraram depois (nas vagas de William Henrique e Kempes) porque demorou
a saída. No posicionamento de jogo dependemos da recomposição dos atacantes nas
laterais. No primeiro tempo conseguimos brecar, mas é mais difícil conter a
qualidade individual, o drible e a transição rápida. No primeiro tempo, o jogo
foi equilibrado em pose de bola, faltou agressividade, definição quando tinha a
bola. Não podemos responsabilizar só o Kempes e o William Henrique pela ineficiência.
Falta criar alternativas para a bola chegar em jogadores de frente.
Em busca da vitória
- Derrota não vai ser rotina. Volto a dizer: o jogo no
primeiro tempo foi nivelado, o São Paulo chegou mais na qualidade técnica, mas o
Joinville dividiu a pose, chegou na intermediária e no segundo tempo houve um descontrole.
Quando fizeram o segundo gol, o Joinville não atacou, não teve posse, não
marcou. Tivemos uma chance pela jogada individual do Augusto (Cesar, que entrou
no segundo tempo). Mas o forte do Joinville é o futebol coletivo e precisa da atuação
individual de todos os jogadores. Pode ter certeza resultado vai aparecer. Seria
muito ousadia nossa vir aqui e ter quatro ou cinco jogadores abaixo tecnicamente
e sair resultado favorável. No segundo tempo estivemos abaixo. Prometo ao
torcedor que vai melhorar e vamos praticar um futebol melhor, porque temos condições
de conseguir bons resultados.
Posse e passe
- Foi positivo no primeiro tempo, em que conseguimos
controlar o jogo em alguns momentos e até agredir, mas faltou melhor definição.
No segundo tempo eles ficaram muito tempo com a bola no pé e os jogadores com
tempo para pensar, foi quando conseguiram se infiltrar. O São Paulo é uma equipe
que não usa cruzamento, trabalha por dentro e demos espaço, foi mortal,
perdemos a compactação. Não nos organizamos, e aí não se consegue tirar a bola
do adversário, ter posse e agredi. Houve desequilíbrio tático.
William Popp
- Não estranhe que ele faça função de volante, pode ser ponta
direita, pode jogar na esquerda, invertido. Ele entrou para flutuar nas costas
dos volantes, mas após a entrada dele tomamos o segundo. A equipe se descontrolou
na tática e também no emocional. Não se pode fazer gol de qualquer jeito. A
equipe queria sair desordenada para fazer o gol. Tem que ter tranquilidade e
levantar a cabeça. O sentimento de tristeza e temos que refletir. Para ter
rendimento na Série A, tem que ter rendimento individual melhor, tem que
funcionar. Isso vamos conseguir com a vitória, que dá confiança e a gente se reequilibra
na competição.
Maior período sem vencer e sem gols
- É pressão e cobrança o tempo todo. Mas um mês atrás
conseguimos um título, que é nosso, e entramos numa competição, não é surpresa
para ninguém, contra adversários de qualidade. Perdemos para o Fluminense e
para o São Paulo. O placar assusta porque o Joinville não perde por placar
elástico, mas isso não é motivo para desconfiança. Temos um grupo de qualidade,
eu fico muito triste pela forma que se repercute isso. Não podemos desmobilizar
o torcedor, vamos precisar dele. Sei que durante a semana vai olhar a tabela e
ver o time em baixo, mas se vence no sábado sobre na tábua. Temos mais meses de
sofrimento, a competição é uma novidade para nós, mas não tem motivo para se criar
efeito negativo. Temos que fazer a reflexão, e vamos jogar futebol melhor. A cobrança
e a pressão são grandes, mas não precisa acompanhar sempre, ter um peso em
determinado jogador. Se tiver auxílio do torcedor vamos ser mais fortes e vamos
conseguir a vitória tão esperada por todos.
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