A última ala da São Clemente a entrar na Marquês de Sapucaí na madrugada desta terça-feira (9) traz ao Carnaval a critica dos protestos atuais: o panelaço. Mas nem todo mundo que vai representar a barulhenta reclamação concorda com ela fora da avenida.
Pouco antes do desfile, o G1 ouviu a carnavalesca Rosa Magalhães, que assumiu o tom crítico da escola de Botafogo. "É um pouco (crítico). É um tema e uma manifestação atual", diz ela.
Já o sociólogo aposentado César Lopes resolveu aderir o panelaço da Sapucaí em tom de brincadeira. Ele diz que, de casa, não fez coro.
"Não achei que era o momento adequado para o panelaço. (O protesto) não estava com foco bem direcionado. Não é só o impeachment, tem outras questões problemáticas no Congresso, na Câmara Federal, que têm que ser mudadas. É uma rede muito mais complexa do que simplesmente derrubar a presidente", opina.
Para ele, a escola que falará sobre palhaços acertou em fazer o que chamou de "brincadeira" por uma questão histórica.
"Somos palhaços, o povo brasileiro é palhaço. Tem a ver com a história do Brasil, não tem a ver com o PT", conclui.
A analista de marketing Carla Correia vai além e diz que só o panelaço não basta, é preciso pensar na corrupção na hora de ir às urnas.
"Não é bater panela que vai mudar as coisas, tem que saber o que está acontecendo lá no Congresso. É o nosso voto", afirma.