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LAVA-JATO

Entenda por que a PF faz buscas sobre quem já sabe que é investigado

Michel Filho

A Polícia Federal e o Ministério Público defendem com afinco a validade das operações de busca e apreensão sobre alvos que já sabem há muito tempo que são investigados — como é o caso dos quatro da nova fase da Lava-Jato, Eduardo Cunha, Edison Lobão, Henrique Alves e Aníbal Gomes.

Segundo um delegado da cúpula da PF, os agentes sempre encontram algo relevante nessas ações. Por alguns motivos.

Primeiro, por mais minuciosas que tenham sido a limpeza e a destruição de provas feitas pelos investigados, sempre fica algo para trás, um fio da meada que pode ser puxado ou que, às vezes, é a peça que faltava num mosaico bem mais complexo.

Segundo, porque os investigados sempre podem deixar propositalmente um documento para ser apreendido, para incriminar algum desafeto ou para livrar ele mesmo de alguma enrascada bem maior.

Em grandes empresas, a busca de documentos pode ajudar no levantamento de indícios contra outros envolvidos, como subordinados ou diretores cuja participação no crime não era conhecida.

Foi assim, por exemplo, com Marcelo Odebrecht. Sua prisão era uma bola cantada há tempos. Mas, na busca na Odebrecht e em sua casa, foram encontradas anotações preciosas para o curso da Lava-Jato.

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