A empreiteira brasileira OAS foi citada em um suposto escândalo de corrupção no Chile. A denúncia envolve o ex-candidato à presidência do país, Marco Enríquez-Ominami, e foi divulgada pelo jornal "La Tercera", neste mês. Segundo a reportagem, o político chileno usou um avião particular brasileiro durante quatro meses da campanha dele, em 2013.
Investigações do jornal chileno indicaram que Ominami, do Partido Progressista, de oposição, ex-candidato presidencial em 2009 e 2013, viajou em um avião particular de uma empresa brasileira de táxis aéreos na companhia de dois altos executivos da também companhia brasileira OAS.
Segundo o La Tercera, Ominami teria ido a São Paulo com os dois executivos e no Brasil fez fotos para sua campanha com a equipe do marqueteiro Duda Mendonça. Ominami retornou a Santiago no mesmo avião e o aparelho foi usado por ele nos quatro meses seguintes, de campanha no Chile. Ainda segundo o jornal, a OAS temia que, em caso de vitória de Michelle Bachelet, o Chile abrisse o país para o capital espanhol, o que implicaria em novos concorrentes para a empresa brasileira. Por esse motivo, de acordo com o periódico chileno, a empresa estava se aproximando de novas lideranças políticas, como Ominami.
A lei chilena proíbe que empresas do exterior ou pessoas estrangeiras façam doações para campanhas eleitorais. Ominami retrucou as críticas acusando sua rival, a presidente Michelle Bachelet, de também ter se reunido com executivos da OAS.
A produção do Estúdio i entrou em contato com a empreiteira OAS, mas ainda não teve resposta. O marqueteiro Duda Mendonça não foi localizado.