Em 2016, uma nova escuderia desembarca na Fórmula 1. Apesar de ser a "novata" do grid, a Haas tem história no automobilismo: mais precisamente na Nascar, categoria em que conquistou 32 vitórias e dois títulos na Sprint Cup. Na F1 chega como uma espécie de "equipe B" da Ferrari, já que usará os motores fabricados em Maranello, além de outros diversos componentes fornecidos pela escuderia italiana. Mas não se engane com o "B", já que a equipe entra na categoria com uma verba anual de € 100 mi (cerca de R$ 400 mi) proveniente da empresa de automação industrial que leva o mesmo nome. Além de ser conhecido pela bem sucedida carreira no ramo da indústria, o dono do time americano, Gene Haas, também de destaca por trabalhos filantrópicos. Contudo, já passou um tempo atrás das grades por sonegação de impostos. Confira essas e mais curiosidades sobre a equipe que encerra um jejum de 30 anos sem representantes americanos na Fórmula 1.
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um pouco de "haastória"
Para entender mais sobre a Haas, é preciso conhecer um pouco da história da empresa que dá nome à equipe e de seu fundador Gene. Haas nasceu em Youngstown, Ohio, um lugar conhecido como "O coração industrial da América". Portanto, nada mais apropriado que, anos mais tarde, o americano se tornasse o "Capitão da Indústria", tendo fundado a "Haas Automation", a maior fábrica de máquinas CNC da América do Norte.
"Encontre um desafio. Crie uma solução boa, eficiente e com
bom custo benefício. Repita", assim começa a o perfil de Gene Haas no site oficial do time de Fórmula 1. E foi mais ou menos desta maneira que Gene Haas, em 1983, começou a construção do seu império com apenas três funcionários. Em 1987, desenvolveu uma máquina de automação que o tornou mundialmente conhecido, fazendo a companhia deslanchar.
o time
O grupo que ingressa na Fórmula 1 tem sua espinha dorsal formada por Gene Haas, dono e principal patrocinador; Guenther Steiner, italiano chefe da equipe, que tem 30 anos de carreira no automobilismo e já participou da F1 com um cargo de gestão na Jaguar de 2001 a 2003 (a convite de Niki Lauda) e em 2005 na RBR, quando ficou até 2008 como diretor técnico; Romain Grosjean, ex piloto da Lotus que, apesar de nunca ter ganho um GP, já subiu ao pódio em 10 oportunidades, além de marcar 287 pontos na carreira; Esteban Gutiérrez, mexicano e piloto reserva da Ferrari em 2015, que além de contar com o patrocínio do todo poderoso mexicano Carlos Slim, um dos homens mais ricos do planeta, já pilotou pela Sauber em 2013 e 2014 e tem um total de seis pontos na carreira.
novata, mas nem tanto
A equipe "yankee" pode ate ser nova na F1, mas não no automobilismo. Além de ter participado de competições off-road, Gene Haas montou, em 2002, a Haas CNC Racing para competir na atual Sprint Cup, principal categoria da Nascar. Em 2008, no entanto, Haas somou forças ao piloto Tony Stewart, criando a Stewart-Haas, para conquistar dois títulos no campeonato de pilotos (2011 e 2014) e um no de construtores (2014). Gene Haas, aliás, faz parte de um seleto clube de donos de equipes que venceram nas três maiores categorias da NASCAR.
"b" de boa
Após ao anúncio oficial de que entraria na F1, chegava a hora de Gene Haas procurar um motor para impulsionar o VF16. Depois conversas com diversas equipes, a parceria com a Ferrari parecia a mais vantajosa - não só para o time americano, mas, também, para a escuderia italiana, que poderia usar a Haas como uma "equipe B". Os carros de Haas e Ferrari compartilham praticamente todas as peças que o regulamento permite. Uma prova de que as equipes tem um forte vínculo é o fato de o mexicano Esteban Gutiérrez, reserva da escuderia em 2015, guiar pela equipe americana em 2016, por indicação de Maranello.
três casas
Apesar de a casa da equipe ser nos EUA (Kannapolis, Carolina do norte), a natureza da Fórmula 1 faz com que uma base na Europa seja essencial. Com isso, a escuderia possui outras duas "bases de apoio" no velho continente. Uma delas fica em Banbury, na Inglaterra, comprada da Marussia, para facilitar as operações de corrida na Europa; enquanto a outra é na Itália, que atender a parte de design e aerodinâmica do time.
30 anos depois...
A entrada da Haas na F1 encerrará um jejum de 30 anos sem times americanos no esporte. A última representante do "Tio Sam" foi, curiosamente, a Haas Lola, que, apesar do nome, nada tem a ver com a escuderia de Gene Haas. Além disso, com a estreia na maior categoria de automobilismo mundial, a Haas se torna a 63ª equipe a representar os EUA no Campeonato Mundial de Fórmula 1.
engatinhando
Apesar de contar com um aporte financeiro de dar inveja até em equipes da elite da Fórmula 1, e da parceria com a Ferrari, o time americano inicia sua jornada na categoria com os pés no chão.
- Creio que a meta nos primeiros cinco anos seja a sobrevivência - afirmou Gene Haas em entrevista à rede de TV SkySports.
Ainda assim, o chefe do time, Guenther Steiner mostra um
pensamento mais “ousado” para a temporada de estreia.
- Queremos correr no pelotão intermediário, no meio do grid
e, progressivamente, ir avançando até conquistar pontos.
luz no fim do túnel... de vento
Como um grande empresário que é, Gene Haas construiu um dos maiores e mais modernos túneis de vento do mundo. A empresa Windshear, subsidiária da Haas, fica em Concord, no estado da Carolina do Norte e recebe clientes da Nascar, da Indy, de campeonatos de arrancada, das grande fabricantes de carros de rua e, claro, da Fórmula 1. No túnel, a empresa ainda conta com um esteira (como aquela de exercícios), com 3m de largura e 9m de comprimento, para carros em tamanho real. Agora basta saber se a equipe saberá tirar vantagem do advento "guardado no quintal de casa".
truck nascar
Gene Haas também possui um carro na World Truck
Series, categoria da Nascar em que as corridas são disputadas por pick-ups. Com
a vitória do seu único piloto na categoria, Cole Custer, Haas entrou para um
seleto clube de donos de equipe que conseguiram vencer em todas as três
categorias americanas.
pintura nova
A Haas trocou de pintura antes mesmo de estrear, em Melbourne. O prata do layout apresentado no lançamento foi substituído pelo branco. Na ocasião, muitos fãs da Fórmula 1 reclamaram do excesso de carros prateados no grid.
bandeira ao contrário
O carro da Haas possui bandeiras dos Estados Unidos nas laterais. O símbolo no lado direito, no entanto, aparece ao contrário. Não se trata nem de erro, nem de desrespeito. Trata-se da versão reversa da bandeira americana. É uma forma de aplicação da flâmula usada pelas forças armadas. Nos uniformes dos militares, no ombro direito o emblema é usado desta forma, que, segundo a explicação oficial, "dá ao observador o efeito da bandeira estar tremulando com o vento".
A TV Globo transmite o GP da Austrália na madrugada de sábado para domingo, a partir de 1h30 (horário de Brasília). Antes, os pilotos vão à pista à meia-noite de sexta-feira para sábado, para o 3º treino livre. Às 3h da manhã é a vez da sessão que define o grid de largada, que terá novo formato, eliminatório. O SporTV transmite na íntegra, e a TV Globo exibe o Q3.