• Redação Marie Claire
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O reality

O reality "I Am Cait" contará com oito episódios e será transmitido aos domingos, às 21h, no E! (Foto: Divulgação)

“Me sinto péssima pelas pessoas que passam por essa transição sem suporte, apoio. Jovens estão sendo mortos nas ruas. Será que estou transmitindo a imagem correta?” O questionamento é feito por Caitlyn Jenner logo nos primeiros minutos de seu reality, “I Am Cait”, e é a preocupação que permeia todo o programa, focado na transição de gênero do ex-medalhista olímpico e padrasto de Kim Kardashian, Bruce Jenner, de 65 anos.

O episódio de estreia está programado para este domingo (2), às 21h, no E!, e é só o primeiro de oito que prometem emocionar. Marie Claire assistiu em primeira mão e conta agora por que vale tão a pena acompanhar a série.

De cara lavada, sentada na cama e com uma câmera em punho, Caitlyn deixa claro, já no início, que seu programa pouco se parece ao “Keeping Up with the Kardashians”, estrelado pelas filhas e pela ex-mulher.

Em relatos bastante sentimentais, Cait mostra situações-chave de sua transição e tem como principal objetivo celebrar a felicidade, mas sem deixar de lado as dificuldades que vem enfrentando durante o processo.

“Já estive na minha casa, com uma arma na mão e pensei em acabar com tudo isso

“Já estive na minha casa, com uma arma na mão e pensei em acabar com tudo isso" (Foto: Divulgação)



O primeiro encontro com a família é, de longe, o momento mais tocante do primeiro episódio. A mãe Esther, de 88 anos, e as duas irmãs Pam e Lisa ainda não haviam ficado frente a frente com Cait.

“Foi difícil assistir às coisas na TV, olhar para as revistas e não entender o que estava acontecendo. Fiquei calada. Achei que terapia poderia ajudar”, confessou Esther. “Você está muito bem, eu sabia que estaria, nunca suspeitei. Você escondeu tudo muito bem. Acho que, ao longo desses anos, fui me preparando. Sabia que ele estaria vestido de mulher, mas para mim ainda é o Bruce. Eu tenho muito com o que me acostumar. E vou.”

Em seguida, entram em cena Kylie Jenner – a primeira filha a visitá-la – e Kanye West com Kim Kardashian, que aproveita o momento também para revelar sua segunda gravidez.
“Você é corajosa, encarou seus desafios de frente. Que vão para o inferno todos esses pensamentos, críticas e opiniões de celebridades ou quem quer que seja. Você resolveu enfrentar tudo isso”, disse Kanye, que nunca sorriu tanto em frente às câmeras como nesta participação.

Cait poderosa nas fotos de divulgação da série (Foto: Divulgação)

Cait poderosa nas fotos de divulgação da série (Foto: Divulgação)

A sequência é marcada pela alternância constante de momentos divertidos e dramáticos. Ao mesmo tempo em que a visita de Kim ao novo closet do pai é recheada de risadas – “A mãe tem um vestido igual a esse [Tom Ford]. Vamos armar um dia para que as duas saiam de casa e se encontrem com o mesmo look.” -; uma simples viagem de carro para visitar uma família, cujo filho transgênero acabara de se suicidar, se transforma em uma fuga insana das lentes e perseguições dos paparazzi.

“Já estive na minha casa, com uma arma na mão e pensei em acabar com tudo isso. Essa luta é real e eu passei por essa situação. Quase me suicidei”, revela Cait durante o encontro com os pais do adolescente de 14 anos, que tirou a própria vida por não conseguir vencer a batalha contra o preconceito.

A lição que fica foi resumida por Thammy Miranda logo após a transmissão. “As pessoas podem imaginar o que é estar dentro desse corpo, mas ninguém realmente sabe como é”, disse emocionada.

Por isso, só nos resta assistir e trabalhar um dos sentimentos mais essenciais para uma vida em sociedade: empatia. Como bem disse o psicólogo norte-americano Carl Rogers (1902 - 1987), “Ser empático é ver o mundo com os olhos do outro e não ver o nosso mundo refletido nos olhos dele.”