BBC

05/05/2016 17h44 - Atualizado em 05/05/2016 17h54

Alemanha: casal é acusado de torturar e assassinar mulheres que prendia na própria casa

Imprensa do país chama residência de 'casa dos horrores'; polícia acredita que pode haver mais vítimas.

Da BBC

Policiais na casa em Hoexter onde morava o casal acusado de torturar e matar mulheres  (Foto: Marcel Kusch/DPA/AFP)Policiais na casa em Hoexter onde morava o casal acusado de torturar e matar mulheres (Foto: Marcel Kusch/DPA/AFP)

Um casal de alemães foi acusado de prender, torturar e matar pelo menos duas mulheres dentro da própria casa.

Os dois, identificados apenas como Wilfried W., de 46 anos, e sua ex-mulher Angelika B., de 47, foram presos na quarta-feira da semana passada e acusados de homicídio.

O caso ocorreu na pequena cidade de Höxter, no noroeste da Alemanha, e a casa onde teriam ocorrido os crimes está sendo chamada pela imprensa do país de "casa dos horrores".

Segundo a polícia o casal atraía as vítimas com anúncios de encontros românticos.

O homem nega as acusações, mas a polícia afirma que Angelika confessou os crimes.

Segundo relatos da polícia na imprensa, ela afirmou que apenas obedecia às ordens de Wilfried e que o ex-marido abusava também dela e até já tinha a submetido a tortura.

As autoridades alemãs afirmam acreditar que o casal pode ter feito mais vítimas e estão examinando a casa onde os dois teriam cometido os crimes.

Acaso

 Uma revista alemã chamou a residência do casal em Höxter de 'casa dos horrores'  (Foto: Marcel Kusch/DPA/AFP) Uma revista alemã chamou a residência do casal em Höxter de 'casa dos horrores' (Foto: Marcel Kusch/DPA/AFP)

A história foi descoberta por acaso.

No dia 21 de abril, o casal estaria tentando levar uma vítima de volta para a casa dela - uma mulher de 41 anos identificada como Susanne F. e que estava gravemente ferida - quando o veículo onde eles estavam enguiçou.

Enquanto eles esperavam por um táxi, o estado de saúde de Susanne piorou. Eles chamaram uma ambulância e a mulher morreu mais tarde, já no hospital.

Os médicos suspeitaram dos ferimentos encontrados em Susanne, entre eles um trauma na cabeça, e avisaram a polícia.

Depois de investigações, a polícia começou a suspeitar que Susanne tivesse sido mantida como refém e torturada na casa do casal. Eles também suspeitam que ela não tenha sido a primeira vítima dos dois.

Outra vítima
Em uma entrevista coletiva concedida na terça-feira, a polícia alemã afirmou que acredita que o casal tenha matado e esquartejado outra mulher para, em seguida, tentar incinerar os restos dela na lareira.

Annika W., de 33 anos, também moradora da mesma região, morreu em agosto de 2014. Como no caso de Suzanne F., ela havia respondido a um anúncio de encontro no final de 2013.

"A vítima foi submetida a tortura física grave várias vezes, foi golpeada no corpo inteiro, acorrentada a aquecedores, escravizada e espancada", disse o promotor-chefe da região, Ralf Meyer.

"Em algumas ocasiões a vítima teve que dormir no chão, sem proteção nenhuma, em quartos gelados. Consequentemente, o estado físico dela foi ficando cada vez pior."

De acordo com Meyer, no meio do ano de 2014 Annika piorou e estava em estado grave. Ela morreu em 1º de agosto de 2014.

O chefe da divisão de homicídios de Höxter, Ralf Oestermann, afirmou que os peritos estão realizando uma análise detalhada da casa dos acusados.

"Não podemos excluir a possibilidade de outra mulher ter morrido ali", disse o investigador à jornalistas.

Oestermann também falou da possibilidade de existir uma terceira vítima dentro da casa dos dois.

Poder
Ele informou que outra mulher entrou em contato com a polícia após ver uma foto da casa na TV e alega também ter sido torturada ali. Segundo ela, o casal praticava atos como arrancar o cabelo das vítimas.

Em nenhum dos casos há indícios de abuso sexual.

Segundo Meyer, os investigadores descobriram que Wilfried W. e a ex-mulher era motivados pelo desejo de "exercer poder" sobre as vítimas e que há indicações de sadismo no comportamento dos dois.

As leis de privacidade da Alemanha determinam que os nomes completos dos envolvidos no caso não podem ser divulgados antes de uma sentença judicial.

 

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