RIO — O adolescente de 16 anos apreendido na manhã de quinta-feira, suspeito de participação na morte do médico Jaime Gold, costumava roubar mais de cinco bicicletas por mês na Zona Sul, de acordo com um policial da Divisão de Homicídios (DH) que conversou com o jovem logo após ele ser detido.
— Ele procurava bicicletas que o interessavam. Conhece bem as marcas, sabe quais são as de maior valor — disse o agente, ressaltando que o adolescente também roubava celulares e cordões.
Para mostrar seu conhecimento das marcas que mais interessam aos receptadores, ele teria mencionado a Giant e a italiana Burnett.
— Parece que ele sabe que perdeu a juventude. Quando eu disse que poderá ficar detido por três anos, ele chorou. Não confessou ter participado do crime, mas de roubos, sim — relatou o policial.
Previsto para começar às 13h desta sexta-feira, o depoimento do adolescente na 2ª Vara da Infância e Juventude, no Fórum de Olaria, acabou sendo adiado. No início da noite, a promotoria recebeu o inquérito sobre a morte do médico. No entanto, de acordo com a promotora Viviane Muniz, a documentação chegou incompleta, sem os depoimentos do adolescente e da testemunha ouvida pela DH. Ela espera que as informações cheguem até suas mãos na segunda-feira, para que o jovem possa ser ouvido.
Na manhã desta sexta-feira, menos de três dias após a morte do médico, só dois guardas municipais foram vistos circulando próximo à Curva do Calombo, onde houve o assassinato, num período de 30 minutos, de 8h às 8h30m.
— O que está acontecendo na Lagoa é um descaso do poder público — disse o artista plástico Bernardo Pitanguy, de 46 anos, filho do cirurgião plástico Ivo Pitanguy, que costuma caminhar pela orla da Lagoa, sempre acompanhado de um cachorro para ter segurança.
Em nota, a Secretaria de Segurança afirmou que o policiamento permanece reforçado na região, com policiais a pé ou transitando em carros, motocicletas, bicicletas e cavalos.