Edição do dia 22/05/2015

23/05/2015 01h35 - Atualizado em 23/05/2015 01h47

Funcionários de empresas suspeitas de fraude no metrô são denunciados

Denúncia relata que seis funcionários de três empresas
fraudaram todo o processo de reforma de 98 trens do metrô.

Walace LaraSão Paulo, SP

Durante os anos de 2008 e 2009 o governo de São Paulo, administrado pelo PSDB, fez uma licitação para reformar 98 trens do metrô. Na sexta-feira (22), o Ministério Público denunciou por fraude no processo seis funcionários das três empresas envolvidas nessa reforma.

A denúncia do Ministério Público relata que seis funcionários de três empresas fraudaram todo o processo. Eles representavam as empresas Alstom, Temoinsa, Tejofran e MPE. Nas 20 páginas da denúncia, o promotor apresenta e-mails e planilhas que foram apreendidos nas empresas.

Com base nesse material ele afirma que os denunciados agiram criminosamente criando acordos para fixar preços, direcionando as licitações e até fazendo um rodízio entre os concorrentes para que cada um ficasse com um  lote.

Uma tabela apreendida na Temoinsa evidenciaria a divisão de um dos lotes da licitação. O Ministério Público pediu a prisão preventiva do representante da Alstom, que não foi encontrado. Em um e-mail, anexado a denúncia, o executivo Cesar Ponce de Leon disse: "Nós devemos montar um grupo forte para nos certificarmos da divisão do bolo".

Para o promotor, a concorrência não passou de simulação com "cartas marcadas". "Eles ofereceram valores acima do valor de referência do metrô. E depois eu diria simularam um desconto para chegar até o nivel que o metrô exigia como preço máximo. Só que, se houvesse uma verdadeira concorrência, existiriam preços abaixo daquele valor limite máximo que o metrô teria colocado como preço de concorrência", diz Marcelo Mendroni, promotor de Justiça.

A Alstom disse que respeita as regras das licitações e que o executivo que pode ser preso deixou a empresa.

O grupo Tejofran afirma que jamais participou de cartel, que põe a contabilidade à disposição da Justiça e que defende a lisura dos funcionários.

A MPE e a Temoinsa não se pronunciaram.

O Metrô declarou que a denúncia não envolve nenhum funcionário da companhia e que tem colaborado com  as investigações.

O PSDB afirma que a denúncia não envolve o partido nem qualquer filiado.

 

 

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