A primavera só chega em setembro, mas em alguns lugares do Brasil as flores de cerejeira já estão enchendo os olhos. Neste sábado (1º), em São Paulo, muita gente aproveitou essa oportunidade.
É para sentar e assistir, como um espetáculo. Até porque não tem ação, mas emoção de sobra.
“A gente fica encantado mesmo. Estou com vontade de voltar domingo, para poder trazer minhas filhas”, conta uma mulher.
“É sempre lindo, maravilhoso. Há quatro anos que eu venho vendo, e só tinha os galhinhos secos. Agora já começou a ter pétalas. Então, é lindo”, comemora o fotógrafo Ricardo Biserra.
“Esse contraste com o azul do céu está lindo”, elogia outra mulher.
Mais que escutar, é para sentir. Como as batidas do coração. Bate forte, mas em paz. A música, as danças, a comida. Tudo é para celebrar a chegada delas.
As primeiras mudas de cerejeira foram trazidas para o Brasil na década de 1930. Em São Paulo, no Parque do Carmo, Zona Leste da cidade, quatro tipos se adaptaram ao nosso clima. A que mais tem é a yukiwari, que, em japonês, quer dizer "romper a neve". Nome mais que perfeito para a despedida do inverno japonês. Já no nosso inverno tropical, não tem neve para dizermos adeus. Mas nada diminui o encanto desse momento.
O sakurá – ou cerejeira – é um dos símbolos do Japão. Lá, no fim de março, comecinho de abril, todo mundo corre para ver e, claro, fotografar as mais de 100 variedades da planta. Essa tradição de admirar a flor de cerejeira tem até nome: hanami.
Os japoneses dizem que o melhor jeito de curtir a florada das cerejeiras é sentar debaixo de uma delas e contemplar, em paz. Mas quem encontra uma árvore livre para fazer isso? A euforia tem motivo: o que é lindo dura pouco. É exatamente assim com a florada: cada flor dura, no máximo, três dias. E o parque, com o visual florido, só mais uma semana.
“É uma mensagem única, uma vez por ano. Então, reúne todo mundo”, diz uma jovem.
“É uma paz interior inexplicável. Você chega e se sente encantado”, completa outra jovem.
