Blog Fábio Seixas

veja todos os posts
por Fábio Seixas

 

 

Quando começou a temporada, Rosberg enfrentava um jejum de 18 meses sem liderar o Mundial de F-1.

Duas corridas já foram realizadas. E o alemão está na ponta da classificação, abrindo vantagem...

Neste domingo, ele manteve seu desempenho 100% no ano.

Venceu o GP do Bahrein, a 16ª vitória da carreira, a quinta consecutiva.

Raikkonen foi o segundo e chegou a 81 pódios na carreira. Assim, supera Senna na estatística _o líder é Schumacher, com 155.

Hamilton, pole position, chegou em terceiro lugar.

Massa foi o oitavo. Nasr cruzou em 14º.

A corrida foi boa, cheia de surpresas e boas ultrapassagens, movimentadíssima.

O agito começou antes mesmo da largada.

O motor de Vettel não aguentou nem a volta de apresentação.

Fumou, explodiu, foi pro espaço. O domingo do alemão terminou antes de a corrida começar.

Em dois GPs, a Ferrari contabiliza dois motores a menos. Um fiasco.

Luzes apagadas, uma largada estonteante.

Rosberg forçou o ritmo e tomou a dianteira. Enquanto tentava administrar o prejuízo, Hamilton foi acertado de forma absurda por Bottas.

Largando no pior estilo vaca louca, o finlandês se jogou na primeira curva como se não houvesse amanhã. O problema é que Hamilton estava ali.

O inglês ficou de lado e, quando retornou à ação, estava em nono. Ainda na primeira volta, conseguiu passar dois e iniciar sua reação.

O top 10 ao fim da primeira volta tinha Rosberg, Massa, Bottas, Ricciardo, Raikkonen, Grosjean, Hamilton, Gutierrez, Verstappen e Button.

Sem um carro à altura para lhe perseguir, Rosberg tratou de abrir vantagem. Na quinta volta, já tinha 8s5 sobre o brasileiro.

Um pouco mais atrás, Raikkonen dava show. Passou Ricciardo na quinta volta. Na sexta, deixou Bottas para trás.

Na oitava volta, Massa fez o primeiro pit entre os pilotos da ponta. Tirou macios, colocou pneus médios.

Bottas, que já havia sido ultrapassado por Hamilton, fez exatamente o mesmo uma volta depois.

Raikkonen entrou na 13ª. Rosberg e Hamilton, na volta seguinte.

De volta à pista, Hamilton passou Massa. Quase que simultaneamente, Ricciardo superou Kvyat, que entrou nos boxes na sequência.

Primeira janela de pits fechada, o top 10 tinha Rosberg, Raikkonen, Hamilton, Ricciardo, Grosjean, Massa, Verstappen, Vandoorne, Bottas e Nasr.

Apenas Hamilton, Massa e Bottas tinham pneus médios. Ou seja, tentariam um segundo trecho de prova mais longo. A grande maioria tinha macios. Só Grosjean e Magnussen usavam os supermacios.

O problema de Massa é que seu carro não rendia como os dos outros que optaram pela mesma estratégia.

O brasileiro virava 3 segundos mais lento que Hamilton. Em relação a Bottas, perdia 2 segundos. Enterrou a prova ali.

Na 25ª volta, Ricciardo abriu a segunda janela de pits. Vandoorne entrou logo depois.

Grosjean entrou na 28ª. Hamilton, na seguinte: tirou os médios e colocou supermacios, subvertendo a lógica.

Em vez de esperar Rosberg e Raikkonen pararem, resolveu ir para o ataque, acelerar o tempo todo.

O finlandês da Ferrari parou na 30ª e também optou pelos supermacios. Massa, idem, mantendo os médios. Rosberg entrou na 31ª, também preferendo supermacios.

Na 32ª volta, Rosberg tinha 9s1 sobre Raikkonen, que estava 3s5 à frente de Hamilton. Os três, lembrando, com supermacios.

Raikkonen voltou a parar 11 voltas depois e colocou macios. Retornou à pista atrás de Hamilton.

Rosberg fez sua terceira parada na 40ª volta, seguindo a mesma receita.

E Hamilton?

Tentaria uma loucura de ir até o final e tentar a vitória? Ou pararia e se contentaria em duelar com Raikkonen pela segunda posição?

A resposta veio na 42ª volta. Hamilton parou. E voltou muito atrás de Raikkonen, a 19s7.

O pódio estava definido.

Rosberg cruzou a linha de chegada com 10s2 sobre o finlandês. Hamilton chegou com 30s1 de atraso.

Ricciardo foi o quarto. Grosjean, com a Hass, foi um dos grandes destaques da prova, em quinto.

Atrás dele chegaram Verstappen, Kvyat, Massa e Bottas.

Vandoorne, estreante, foi o décimo colocado e marcou o primeiro ponto da McLaren no ano. Merece todos os aplausos, um belíssimo trabalho.

Rosberg chegou emocionado ao pódio. Talvez porque saiba o valor dos 50 pontos que ostenta na classificação, contra os 33 de Hamilton.

O inglês é mais piloto, ninguém duvida. Mas fato é que o Mundial, neste 3 de abril, está nas mãos de Rosberg.

A tarefa do alemão, agora, é cobrar este status da Mercedes. É tentar pressionar Hamilton psicologicamente. É buscar ampliar essa vantagem.

(Acho que Hamilton vira. Mas quanto mais difícil for essa virada, melhor para o campeonato.)

0
veja todos os posts

Fábio Seixas

41 anos, jornalista

Mestre em Administração Esportiva pela London Metropolitan University. Cobriu a Indy e mais de 120 GPs na F-1. É colunista da Folha, comentarista e chefe de reportagem do Sportv. Já pilotou (e rodou) um F-1, mas tem um Gordini na garagem.

SOBRE A PÁGINA
Um espaço para comentar automobilismo, com ênfase na F-1, e distribuir pitacos sobre o que vier pela frente.