Política Impeachment

Casa Branca reforça apoio ao Brasil após afastamento de Dilma

Em nova entrevista, porta-voz de Barack Obama reafirma momento desafiador do país

O porta-voz da Casa Branca Josh Earnest
Foto: Carolyn Kaster / AP / 12-5-2016
O porta-voz da Casa Branca Josh Earnest Foto: Carolyn Kaster / AP / 12-5-2016

WASHINGTON — A Casa Branca reforçou, nesta quinta-feira, após o afastamento da presidente Dilma Rousseff, que os Estados Unidos estão junto com o Brasil neste momento “desafiador”. O impeachment esteve novamente na pauta na entrevista diária que o porta-voz Josh Earnest faz, e ele repetiu que os Estados Unidos confiam nas instituições democrátias brasileiras para resolverem de forma “madura” a questão política.

— Os dois países têm relações importantes. Cooperamos em uma ampla gama de assuntos. Obama visitou o Brasil em seu primeiro mandato, em uma oportunidade para falar de forma aberta a importância da relação entre os dois países, fato renovado quando a presidente Dilma Rousseff veio visitar a Casa Branca — disse.

Earnest, contudo, não soube informar se há planos do presidente americano telefonar para Michel Temer. De acordo com o porta-voz, quando houver a primeira conversa entre os dois mandatários, esta informação será divulgada. Ele voltou a ressaltar que os Estados Unidos respeitam as “instituições, tradições e procedimentos” do Brasil. Questionado sobre como isso pode afetar as Olimpíadas do Rio, Earnest brincou:

— Estamos torcendo para o Brasil ser bem-sucedido até que aconteçam as verdadeiras competições, quando vamos torcer para os americanos — disse.

Em um evento na Flórida, o vice-presidente Joe Biden disse que os Estados Unidos tem "parcerias comerciais vitais" com o Brasil. Indiretamente, ele falou do momento político, mas com confiança:

— O Brasil vai continuar a ser uma potência econômica global, ao mesmo tempo que enfrenta seus atuais desafios políticos muito difíceis — disse em Tampa.

Elizabeth Trudeau, porta-voz interina do Departamento de Estado dos EUA, também reforçou nesta quinta-feira o posicionamento adotado até o momento, de respeito às instituições brasileiras e fé na democracia madura para enfrentar os desafios. Ela também lembrou que os Estados Unidos têm forte relação bilateral com o Brasil e que há cooperação em diversos temas, como comércio e meio ambiente.

Segundo a agência de notícia Reuters, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, informou, também nesta quinta-feira, em Nova York, que está “monitorando” os acontecimentos do pais e que confia que o Brasil vai manter seu processo democrático.

— O secretário-geral faz um apelo por calma e diálogo entre todos os setores da sociedade — disse o porta-voz da ONU.