France Presse

27/11/2015 08h42 - Atualizado em 27/11/2015 08h48

Justiça polonesa rejeita em definitivo a extradição de Polanski aos EUA

'Sua situação legal é similar a que tem na Suíça', diz advogado do cineasta.
Em 1977, ele foi condenado por manter relações sexuais com menor.

Da France Presse

Roman Polanski chega para depor em corte de Cracóvia, na Polônia, nesta quarta (25) (Foto: REUTERS/Kacper Pempel)Roman Polanski chega para depor em corte de Cracóvia, na Polônia, nesta quarta (25) (Foto: REUTERS/Kacper Pempel)

A justiça polonesa rejeitou em definitivo o pedido de extradição americano de Roman Polanski, acusado de ter estuprado uma menor de idade em 1977, anunciou a promotoria de Cracóvia, que desistiu de apelar da decisão primeira instância favorável ao cineasta polonês-francês.

A análise dos motivos da decisão dos juízes "permite reconhecer como justificada a decisão do tribunal regional de Cracóvia de rejeitar a entrega de Roman Polanski às autoridades americanas", afirma um comunicado da promotoria.

"Isto encerra os procedimentos judiciais contra Polanski e sua situação legal é similar a que tem na Suíça", disse à AFP Jerzy Stachowicz, um dos advogados do cineasta.

Em 2010, a Suíça rejeitou um pedido de extradição similar. O procurador-geral, no entanto, tem um prazo de seis meses para anular a decisão da promotoria de Cracóvia.

Caso o procurador-geral não anule a decisão da promotoria, o ministro polonês da Justiça deve comunicar a decisão do tribunal às autoridades americanas.

O novo ministro da Justiça, o conservador Zbigniew Ziobro, já se pronunciou no passado a favor da extradição de Polanski.

"Deveríamos autorizar a extradição de Polanski. Não podemos proteger ninguém de sua responsabilidade por um ato tão odioso como o de ter abusado de uma menor", declarou Ziobro.

"O tribunal de Cracóvia determinou a inadmissibilidade da extradição aos Estados Unidos do cidadão polonês e francês Roman Polanski", afirmou à imprensa o juiz Dariusz Mazur.

O juiz leu o veredicto, extremamente crítico em relação à justiça dos Estados Unidos, que "violou gravemente as regras do 'julgamento justo'".

"Se a Polônia tivesse aceitado o pedido americano de extradição, teria violado os direitos de Polanski e, ao mesmo tempo, a Convenção Europeia dos Direitos Humanos", disse Mazur.

A justiça dos Estados Unidos solicitou em janeiro a extradição de Polanski, depois que o cineasta viajou para Varsóvia.

A justiça americana acusa o diretor de filmes como "O Pianista" e "Chinatown" de ter violentado em 1977 Samantha Geimer, que tinha 13 anos, após uma sessão fotográfica em Los Angeles.

Depois de passar 42 dias detido e ser libertado com o pagamento de fiança, o cineasta, que se declarou culpado de "relações sexuais ilegais" com uma menor, fugiu dos Estados Unidos em 1978 por temer uma condenação severa.

Os advogados poloneses afirmam que o pedido de extradição não tem base legal porque o cineasta e a justiça americana chegaram a um acordo para solucionar o caso.

 

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