26/05/2016 06h30 - Atualizado em 26/05/2016 07h16

Após 8 anos, Brasília recebe festival Anima Mundi a partir desta quinta

Mostra com 37 produções acontece até domingo no Centro Cultural da Caixa.
Capital está se tornando 'polo importante de animação', diz diretor do evento.

Lucas NaniniDo G1 DF

Cena da animação "História de um urso", vencedor do Oscar do melhor curta de animação (Foto: Reprodução)Cena da animação "História de um urso", vencedor do Oscar do melhor curta de animação
(Foto: Reprodução)

Brasília volta a receber o festival Anima Mundi, um dos maiores do gênero no mundo e o maior da América Latina, a partir desta quinta-feira (26). São 37 produções de diversos países, com exibição gratuita até domingo (29) no Centro Cultural da Caixa.

O Anima Mundi mostra um “amplo painel” do que é feito da arte no Brasil e no mundo. A capital faz parte de um circuito reduzido da mostra, que esteve em Salvador e irá para Fortaleza. A versão com todas as produções selecionadas acontece em São Paulo e Rio de Janeiro.

Em Brasília são exibidos filmes de países como Brasil, França, Inglaterra, Alemanha, Coreia do Sul, Estados Unidos, Chile, Polônia, Argentina, México, Suíça, Rússia, Portugal e República Tcheca (veja programação). Em São Paulo e no Rio de Janeiro, participam animações de 45 países.

A programação também reserva oficinas gratuitas de animação pela técnica “stop motion” com massa de modelar – os alunos aprendem a montar um filme quadro a quadro. O curso é indicado para maiores de 8 anos.

Cena da animação "Viaje a Marte", atração do Anima Mundi em Brasília (Foto: Reprodução)Cena da animação "Viaje a Marte", atração do Anima Mundi em Brasília (Foto: Reprodução)

“Em Brasília será um Anima Mundi ‘pocket’, com os melhores filmes selecionados nos últimos anos”, afirma a produtora do circuito da mostra, Beca Furtado. A capital volta a receber o evento depois de oito anos. O Anima Mundi foi criado em 1993 e foi realizado todos os anos desde então.

“Brasília está se transformando em um polo importante de animação, temos importantes produtores, não só na capital, mas nos arredores também. A gente já fez o Anima Mundi em Brasília, sempre com um público muito bom”, afirma o diretor do festival Cesar Coelho.

Brasília está se transformando em um polo importante de animação, temos importantes produtores, não só na capital, mas nos arredores também. A gente já fez o Anima Mundi em Brasília, sempre com um público muito bom"
Cesar Coelho, diretor do Anima Mundi

Entre os filmes em exibição no festival estão o vencedor do Oscar de melhor curta de animação deste ano, “História de um urso”, primeira produção latino-americana a vencer o prêmio.

Outras produções de destaque são o filme “L. E. R.”, do diretor João Angelini, de Brasília, e “Passo”, de Alê Abreu – responsável por “O menino e o mundo”, animação brasileira que recebeu indicação ao Oscar 2016.

Expressão e arte
Um dos criadores do Anima Mundi, Cesar Coelho afirma que o mercado de animação se transformou desde 1993, quando o festival estreou. Um dos pontos citados por ele para a evolução é o avanço da tecnologia e a consequente queda nos custos.

“Tenho uma produtora de animação desde antes do Anima Mundi. Para fazer um comercial naquela época, você tinha de fazer a animação toda na mão”, diz.

Cena do filme "L. E. R.", animação do diretor João Angelini, de Brasília (Foto: Reprodução)Cena do filme "L. E. R.", animação do diretor João Angelini, de Brasília (Foto: Reprodução)

O processo envolvia a gravação dos desenhos em acetato, gravação, a animação propriamente dita, revelação do filme, passagem para vídeo e dublagem, entre outros trabalhos. As etapas, depois de feitos todos os desenhos, levava mais de uma semana.

O filme brasileiro que concorreu ao Oscar [O menino e o mundo] custou 300 vezes menos do que o filme que ganhou. Na animação, as chances do Davi são enormes em relação ao Golias"
Cesar Coelho, diretor do Anima Mundi

“Hoje faço em uma tarde isso tudo com uma câmera. A animação virou uma forma de expressão, como era uma carta. Você consegue hoje se comunicar através do audiovisual.”

Para quem quer se aventurar pela produção de animação, o diretor recomenda “talento e muita paciência”. “Mesmo com a ajuda da tecnologia, o processo é todo detalhado. Demora muito tempo”, diz Coelho.

“O avanço permitiu que qualquer um conseguisse se expressar como em um estúdio de milhões de dólares. O filme brasileiro que concorreu ao Oscar [O menino e o mundo] custou 300 vezes menos do que o filme que ganhou. Na animação, as chances do Davi são enormes em relação ao Golias.”

Cena da animação "Eu queria ser um monstro", atração do Anima Mundi em Brasília (Foto: Reprodução)Cena da animação "Eu queria ser um monstro", atração do Anima Mundi em Brasília (Foto: Reprodução)
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