Do alto de 10 metros, Ingrid de Oliveira saltou em busca de um bom resultado. Mas não só dele. Ao se jogar da plataforma do Centro Aquático de Toronto, neste sábado, a jovem saltadora precisava provar para ela mesma que era capaz de superar qualquer tipo de pressão e deixar para trás um possível trauma por ter sofrido uma queda feia logo em sua estreia nos Jogos Pan-Americanos. Provou. Agora a amarga nota zero são águas passadas. As de agora não lhe trouxeram a medalha, mas confiança. É o que ela precisa para seguir em frente. A atleta do Fluminense, de apenas 18 anos, ficou sexto lugar, alcançando a melhor pontuação de sua carreira. Outra representante da nova safra brasileira na disputa, Giovanna Pedroso, 16, ficou logo atrás, em sétimo lugar.
Com 383,20 pontos, a mexicana Paola Espinosa conquistou a medalha de ouro. As canadenses Roseline Filion e Meaghan Benfeito completaram o pódio, ao somarem 377.60 e 357.45, respectivamente.
Na perna direita, Ingrid de Oliveira exibia um grande roxo. Era a marca da dolorosa queda da véspera e de uma outra durante os treinos. Para ganhar confiança de novo, ela começou com um salto de grau de dificuldade baixo, somando 43,70 pontos, na sétima colocação no ranking. Depois, foi aumentando a complexidade dos saltos, mas seguiu em sétimo na segunda (67,20), terceira (68,80) e quarta (64,50) tentativas. No quinto salto, em sua última chance, tirou da cartola seu melhor salto na competição. Arriscou, novamente, um de grande dificuldade. Mas, agora, com maestria. Recebeu notas altas, somando 84,80 pontos. A maior nota da final entre todas as atletas. A medalha já não estava mais ao alcance. Mas serviu para subir uma posição, com a maior pontuação total de sua carreira (329), e terminar na sexta posição o seu primeiro Pan.
- A minha técnica (Andreia da Silva) optou por um salto mais simples porque o que
aconteceu ontem foi bem ruim. Também vi os comentários no Instagram e fiquei um
pouco triste. Mas consegui me recuperar. Estou bem feliz pelo o meu
último salto, que foi um salto com nível de Olimpíadas. Estou bem feliz - comemorou Ingrid, que agora volta a competir ao lado de Giovanna na plataforma de 10m sincronizada, na próxima segunda-feira.
Amiga, "rival" e dupla de Ingrid, Giovanna fez uma trajetória inversa na final deste sábado. O primeiro salto foi o segundo melhor da rodada. Nas outras tentativas, a saltadora de apenas 16 anos não conseguir manter o bom desemepenho e acabou caindo para a sétima colocação, com 299.50 pontos.
Por cautela, reptição de salto da queda é adiada
Nas eliminatórias, a saltadora de 18 anos foi às lágrimas ao sofrer uma queda feia e levar nota zero. Apesar do trauma, ela pretendia testá-lo novamente na final deste sábado. Um pouco de insegurança na hora de subir na plataforma, porém, fizeram sua técnica optar pela cautela e adiar uma nova execução.
- Eu estava treinando ele. Mas quando a minha técnica mandou
eu subir (para a plataforma) perguntou se estava confiante. Disse que não muito, mas que subia.
Mas ela não quis deixar eu fazer, queria que eu estivesse 100%
confiante. Eu estava 90%. Ela acabou optando então por um salto mais simples,
que vinha fazendo. Vou voltar a treinaá-lo quando voltar para o Brasil e
vou tentar no Mundial - garantiu a saltadora do Fluminense, referindo-se ao Mundial de Kazan, que começa no dia 24 de julho.
Sorridente e satisfeita com a volta por cima, Ingrid agora consegue avaliar o que fez de errado nas eliminatórias. A ansiedade foi a principal responsável pela nota zero e pelo enorme roxo na perna direita.
- No treino, eu fiz um muito bom, e todo mundo bateu
palma. Mas, na hora da prova, estava um pouco ansiosa. Ficava pensando que
tinha que acertar, que tinha que acertar. Eu vi o vídeo, vi o meu erro. Vi que
estava tão ansiosa que abri muito cedo. Quando vi que ia errar, tive que
equilibrar a perna ou seria pior. E eu fiquei toda roxa já - contou, agora sorrindo.
RESULTADO FINAL DA PLATAFORMA DE 10M