16/01/2016 08h46 - Atualizado em 18/01/2016 13h46

'Carnaval é romper preconceitos e se divertir', diz 'musa' de bloco punk

Cesar Augusto se veste de mulher para representar o Bloco 77.
Designer de 30 anos pede o fim do preconceito contra os roqueiros na folia.

Lívia MachadoDo G1 São Paulo

César Augusto, designer gráfico, músico e musa punk do Bloco 77 - Os Originais do Punk. Cordão circula pelas ruas de Pinheiros transformando repertório punk rock em marchinha de carnaval (Foto: Caio Kenji/G1)César Augusto, designer gráfico, músico e musa punk do Bloco 77 - Os Originais do Punk. Cordão circula pelas ruas de Pinheiros transformando repertório punk rock em marchinha de carnaval (Foto: Caio Kenji/G1)

Com roupa de bailarina e pinta à la supermodelo Cindy Crawford, o designer gráfico Cesar Augusto, de 31 anos, é a “musa” do Bloco 77 – Os Originais do Punk. “Carnaval é romper preconceitos e se divertir”, defende. O cordão circula desde 2014 pelas ruas da Zona Oeste transformando o repertório punk rock em marchinhas. Segundo ele, o bloco contesta o estigma de que roqueiro detesta samba, e não combina com carnaval. "Cultura está aí, música também, e é para assimilar", conclui.

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O integrante do Bloco 77 é uma das seis candidatas que concorrem ao título de Musa dos Blocos de São Paulo. Todas as candidatas – escolhidas pelo G1 – têm relação com algum bloco de carnaval de rua paulistano. Este ano, homens vestidos de mulher entram na disputa.

 

Músico nas horas vagas, o rapaz virou folião do 77 logo no primeiro ensaio aberto. À época, soube da iniciativa através de amigos ligados ao cenário do punk rock da cidade. Desde então, diz ter encontrado seu lugar na folia paulistana. “Eu pirei na ideia. Eu gosto de samba, mas carnaval não era muito minha praia. É único bloco que eu consigo me divertir, que conheço as músicas.”, explica.

No desfile de estreia, Cesar foi munido de uma fantasia de tigre e seu trompetinho. Ficou próximo à bateria, suportou um calor escaldante sob a fantasia pesada e quente. Acabou virando mascote do bloco. Não à toa, foi indicado pelos fundadores como a "musa do 77". “Eles me amam. Vou a todos os desfiles. Fui até em um no Largo da Batata que teve um dilúvio”, recorda.

César Augusto, designer gráfico, músico e musa punk do Bloco 77 - Os Originais do Punk. Cordão circula pelas ruas de Pinheiros transformando repertório punk rock em marchinha de carnaval (Foto: Caio Kenji/G1)César Augusto, designer gráfico, músico e musa punk do Bloco 77 - Os Originais do Punk. Cordão circula pelas ruas de Pinheiros transformando repertório punk rock em marchinha de carnaval (Foto: Caio Kenji/G1)

Além do título, o designer também está em busca de um novo apelido. Desde a 6ª série é conhecido como Cesar Passa-Mal. O “sobrenome” o acompanha há mais de 15 anos por razões, segundo ele, totalmente inocentes. 

“Eu desmaiava em aula de biologia, tinha aflição de sangue, órgãos, tudo que era relacionado à biologia. E eu sempre falava para o professor que estava passando mal, e acabava desmaiando. Mas acham que eu sou muito louco, é queima filme”, afirma.

A alcunha comprometedora, porém, é usada como trunfo para barganhar votos na competição do G1. “Eu vou ser a musa mais bonita, bacana e inteligente e a única que desmaia facilmente”, debocha.

Cesar Augusto, designer gráfico, músico e musa punk do Bloco 77 - Os Originais do Punk. Cordão circula pelas ruas de Pinheiros transformando repertório punk rock em marchinha de carnaval (Foto: Caio Kenji/G1)Cesar Augusto, designer gráfico, músico e musa punk do Bloco 77 - Os Originais do Punk. Cordão circula pelas ruas de Pinheiros transformando repertório punk rock em marchinha de carnaval (Foto: Caio Kenji/G1)

 

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