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Filha de Vivinho lembra choque que causou fratura: "Meu pai perdoou"

Após sofrer pancada em jogo máster no Pará, ex-Vasco e Uberlândia foi aconselhado a processar jogador adversário. Vivinho se recuperava no Rio quando passou mal

Por Uberlândia, MG

Paula Marcelino Filha Vivinho Uberlândia (Foto: Lucas Papel)Paula Marcelino disse que Vivinho também se preocupou com o goleiro (Foto: Lucas Papel)

Familiares, torcedores e amigos se despediram do ídolo Vivinho nesta terça-feira. O sorriso e a simplicidade eram suas principais marcas. Fazer gols, e gols importantes, nem se fala. O que o centroavante veloz e habilidoso gostava de fazer era jogar futebol. Tanto é que mesmo depois da aposentadoria, em 1997, passou a atuar em torneios pelo Vasco no máster. O último que participou foi em Altamira, no Pará.

Em um lance com o goleiro adversário, Vivinho levou a pior e foi atingido no rosto. Quebrou o nariz e sofreu um afundamento da face. Fez a cirurgia no nariz ainda no estado do Pará e retornou ao Rio de Janeiro, onde morava, para se recuperar. O ídolo de Vasco e Uberlândia vinha se recuperando bem, de acordo com a família, até que na manhã de domingo sofreu uma embolia pulmonar ao descer as escadas de casa. Ele faleceu no mesmo dia. Durante a reabilitação, muitos aconselharam Vivinho a processar o goleiro, até a própria família, mas segundo a filha Paula Marcelino, o pai, que era pastor na capital fluminense, perdoou o jogador pelo lance ainda na cidade da partida.

– [O jogador] pediu perdão e meu pai perdoou. A gente perguntou se ele ia processar. Quando ele voltou para o Rio, disse que não. Que já tinha liberado o perdão, que assim ele como tinha a família dele, o goleiro também tinha. Então, eu vou respeitar a vontade dele. Nada vai pagar a dor que eu estou sentido de enterrar o meu pai. Acredito que a pessoa que machucou meu pai também deve estar sentindo essa dor e deve estar muito arrependida – explicou.

Perdão que foi até comentado por Vivinho com os amigos. Um deles, o amigo de infância Nivaldo Cecílio, disse que conversou com o ex-jogador há poucos dias sobre a cirurgia. Nivaldo exibiu a foto que Vivinho enviou para mostrar estar se recuperando bem, com curativos no nariz.

– Até neste momento difícil ele brincou. Falei com ele: e o nariz? Ele respondeu: o nariz eu operei, mas o osso não. Eu perguntei: mas o osso cola, né? Ele respondeu: cola, mas vai ficar rebaixado igual ao Vasco. Nessa tranquilidade. Brincava com tudo – lembrou.

Campeão carioca e brasileiro pelo Vasco em 1988 e 89, respectivamente, o ponta-direita, que chegou a defender a Seleção, foi ídolo no Gigante da Colina e ficou marcado pelo gol contra a Portuguesa, pelo Brasileiro de 1988, quando deu três lençóis no volante Capitão e completou para o gol. No Uberlândia Esporte, ele foi autor do gol que deu o título mais importante da história do clube, a Taça de Prata, em 1984.