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Filhos e amigos lamentam morte de Vivinho: ídolo dentro e fora do futebol

Alegria e vontade de jogar futebol de ex-Vasco e Uberlândia deixa saudades. Apegado à religião, centroavante dava conselhos à família e era referência

Por Uberlândia, MG

Welves Dias Filho Vivinho Uberlândia (Foto: Lucas Papel)Welves Dias, o Vivinho Filho, tentou carreira de jogador por se espelhar no pai (Foto: Lucas Papel)

Vivinho era jogador de futebol, pai, avô, pastor e ídolo. Uma figura pública, mas que nunca deixou suas raízes de lado. Natural de Uberlândia, Minas Gerais, despontou no futebol aos 21 anos, e seguiu carreira com belos gols pelos clubes por onde passou. Mesmo com a fama, colocava a família em primeiro lugar.

O filho Welves Dias Marcelino Filho, o Vivinho Filho, carrega o nome do pai. Tentou ser jogador de futebol profissional, mas preferiu voltar para casa na cidade do Triângulo Mineiro. Hoje com família constituída, disputa o Campeonato Amador de Uberlândia e leva o nome do pai por onde passa.

– Era um espelho que eu tinha. Acabei não dando certo no futebol profissional e voltei para casa. Infelizmente eu não queria estar neste dia aqui. Mas foi o ciclo natural da vida, o filho enterrando o pai. Para mim e para muitos, é um dia muito ruim, mas para Deus é um dia muito especial. Eu tenho certeza absoluta, pela pessoa que ele era, pelo carinho que ele tinha com a família, que está em um lugar melhor que o nosso. Só tenho a agradecer ao meu pai – contou.

Paula Marcelino Filha Vivinho Uberlândia (Foto: Lucas Papel)Paula Marcelino conta que não conseguiu se despedir de Vivinho (Foto: Lucas Papel)

Imagem boa que o eterno ídolo de Vasco e Uberlândia passava com um sorriso no rosto. Alegria contagiante e ensinamentos de um pai que serão levados para outras pessoas. A filha dele, Paula Marcelino, contou que conversou com Vivinho no sábado, um dia antes de morrer, e que não teve tempo de dizer o quanto era feliz ao lado dele.

– Para mim, era meu ídolo, por tudo que representou no esporte, na igreja, eu tenho muito orgulho de ser filha dele. Não deu tempo de falar o quanto eu era feliz por ser filha dele. O quanto ele foi importante na minha vida, mesmo distante. Mas ele vai ter sempre um lugar no meu coração, vou sempre lembrar do sorriso dele, que ia de orelha a orelha, e vou levar tudo que ele me ensinou. A última vez que eu falei com ele foi sábado, ele disse: "Filha, você confia em Deus? Então, aquieta seu coração que a minha vida eu já entreguei a Ele. Ele está cuidando de mim" – contou emocionada.

Simplicidade que o amigo de infância Nivaldo Cecílio recorda bem. Sempre que o ex-jogador ia a Uberlândia, os dois se encontravam juntamente com outros amigos. Futebol era o que ele queria jogar. Segundo Nivaldo, já tinham planos até para o final do ano, quando iriam passar as férias em uma chácara.

Nivaldo Cecilio Amigo Infância Vivinho Uberlândia (Foto: Lucas Papel)Amigo de infância lembra que Vivinho gostava de jogar bola (Foto: Lucas Papel)

– Desde que eu o conheço, quando tínhamos 12, 13 anos, é aquilo que vocês conhecem: sempre rindo, brincando. Nossa brincadeira era andar no brejo e pegar rã, matar passarinho. Do Uberlândia foi para o Vasco. Mas ele nunca perdeu as origens dele. Ele vem aqui e quer fazer tudo o que fazia antes. Sempre pedia para marcar um racha para ele jogar. Passamos as melhores férias de janeiro com ele agora. Parece que estava até despedindo, porque ele nunca tinha passado um mês aqui. Fizemos vários jogos no fim do ano. Queria era jogar bola. O negócio dele era futebol – contou.

Vítima de uma embolia pulmonar, Vivinho faleceu na manhã de domingo, em sua residência, no Rio de Janeiro. O ex-jogador estava se recuperando de uma cirurgia no nariz e de um afundamento da face após choque com o goleiro em um jogo de máster na cidade de Altamira, no Pará. Vivinho foi sepultado nesta terça-feira, no cemitério Bom Pastor, em Uberlândia, e deixa esposa, quatro filhos e dois netos.