Toda vez que compete, Flavinha tem consigo um ''elemento'' extra que, apesar de não ter
um nível alto de dificuldade, pode ajudar nas suas apresentações de ginástica artística. Sempre
sorridente, a pequena brasileira tem jeito de menina e é dona de um dom natural de cativar. Seja a
torcida, seja as próprias adversárias. Após a conquista do bronze no individual
geral, a atleta de apenas 15 anos confessou que até mesmo as adversárias a
olham desta forma especial.
Apesar dos 1,33m de altura, o xodó Flavinha já está entrando na fase
da adolescência. A atleta diz que tem uma
rotina normal, mas com mais treinos e concentração do que outras meninas de sua idade. O técnico, que a acompanha
desde os 12 anos, reconhece que será um momento de atenção especial.
- É uma fase que o técnico tem que tomar bastante
cuidado. A família é muito importante, a dela apoia muito e acredita no trabalho. Realmente é um ponto de cuidado na carreira do atleta. A Flávia entende o
quanto isso é importante. Porque as meninas da idade dela querem sair,
passear, e ela tem que estudar e treinar - explicou o treinador.
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O bronze no individual geral (prova que reúne os quatro aparelhos) não
foi o primeiro de Flavia Saraiva no Pan de Toronto. Um dia antes, no domingo,
havia conquistado também a terceira posição com a equipe feminina do Brasil. A pequena ainda
pode subir no pódio no solo e na trave. Por mais que tenha evoluído na prova mais
completa, seu técnico aponta a trave como sua maior preocupação, sobretudo para os
Jogos do Rio 2016. Para Alexandre Carvalho, é neste aparelho que a atleta pode
surpreender ainda mais.
- Até as Olimpíadas muita coisa pode acontecer. Mas o objetivo para 2016 é colocar ela na final entre as oito melhores (de aparelhos), principalmente na trave. Ela mostrou que pode disputar entre as melhores sim (no individual geral). Precisa melhorar um salto e já está treinando um novo. Mas realmente a trave é o aparelho forte dela - disse Alexandre.
Sucesso de simpatia
Na briga pelo individual geral, Flavinha travou uma boa disputa com duas
americanas. Madison Desch ficou com a prata. Mas Amelia Hundley nao pôde
alcançá-la e terminou em quarto. Mesmo fora do pódio, a atleta dos Estados
Unidos elogiou e declarou que é difícil não se encantar ao ficar perto da brasileira.
- Ela é tão fofa! Estávamos aquecendo juntas e, quando ela parou, me senti gigante ao seu lado. Ela é incrível, tem grande forma e execução. Parece ter muita disciplina e treinar pesado - disse.
Flavia confessa que até as rivais se rendem, e Alexandre reconhece que isso é normal no cotidiano da ginasta, que está
na seleção adulta há um ano. Mas o técnico acredita que o principal é usar sua "simpatia" com naturalidade.
- A Flavia é muito nova e acaba levando tudo com naturalidade. Ela é pequenininha, todos acham bonitinha. Ela tem que saber usar bem isso. É natural, nada forçado. Tem que continuar com essa simpatia.
As finais por aparelhos na ginástica artística do Pan de
Toronto começam nesta terça-feira. O destaque do dia será o campeão olímpico Arthur Zanetti. Nas argolas, o brasileiro busca a medalha de ouro inédita em Jogos Pan-Americanos.