Rival de Nasr, aposta da Mercedes e 1º indonésio: os novatos da F1 em 2016

Pascal Wehrlein, Jolyon Palmer e Rio Haryanto, as novas caras da F1 em 2016 (Foto: Divulgação)

A cada nova temporada da Fórmula 1, uma nova dança das cadeiras. Enquanto uns permanecem, outros se vão. E aí tem aqueles que estreiam: o novato, o rookie... No campeonato de 2016, eles são três: Jolyon Palmer, Pascal Wehrlein e Rio Haryanto - o primeiro é piloto da Renault (já era reserva da Lotus), enquanto os dois últimos dividem o mesmo box, são companheiros na reestruturada Manor.

Palmer é o mais "experiente" dos três - pelo menos no que diz respeito a idade, 25 anos -, tendo conquistado o título de campeão da GP2 (a categoria de base da F1) pela equipe Dams em 2014, após pegas sensacionais com o rival e ex-companheiro de Carlin, o brasileiro Felipe Nasr. Wehrlein é uma grande aposta da Mercedes e, com 21 anos, já tem no currículo o peso de um título da DTM, a principal categoria de turismo alemã e que tem enorme prestigio mundial. Por último, mas não menos importante, Haryanto. O jovem de 23 anos já entra na maior categoria do automobilismo fazendo história: é o primeiro indonésio a disputar a Fórmula 1. Se isso não bastasse, o piloto da Manor foi campeão da Fórmula BMW em 2009, com a marca de seis vitórias, 12 pódios e quatro poles.

Joylon Palmer já nasceu com a Fórmula 1 no DNA, mas não igual nós, meros mortais que crescemos assistindo ao esporte. É que seu pai, Jonathan Palmer, foi piloto de F1 pela Williams, RAM, Zakspeed e Tyrrell.

- Nunca vi meu pai correr. Ele andava no pelotão do meio, o que pouco era mostrado nas transmissões. Tudo girava em torno do que Senna e Prost estava fazendo. Eles não queria muito saber o que acontecia com Jonathan Palmer – relatou à BBC.

Palmer, como a maioria dos pilotos, começou nos karts, mas já guiava carros maiores com 14 anos de idade no campeonato de “T Car” – categoria britânica de turismo para pilotos de 14 a 17 anos. Em 2006 teve chance de competir um campeonato inteiro e venceu quatro das seis corridas que disputou. Em 2007 começou sua jornada nos monopostos na categoria criada pelo pai: a Fórmula Palmer Audi. No mesmo ano, por pouco sua carreira – e sua vida – não se encerraram de forma precoce. O britânico disputava uma corrida de quadriciclos quando perdeu o controle e bateu em uma árvore.

- Foi bem sério, principalmente para os meus pais, que ouviram dos médicos haver grandes chances de eu não sobreviver. Eu estava correndo com amigos por diversão. Eu estava ganhando, mas quando olhei para trás, perdi equilíbrio e acertei uma árvore. A coisa boa é que não entendi o perigo que corria. Tudo que pensei quando acordei no hospital foi: acho que vou perder a próxima corrida.

Jonathan Palmer na época em que foi piloto da Fórmula 1 pela Tyrrell (Foto: Getty Images)

Fórmula Palmer Audi (Foto: Reprodução)

A partir daí Palmer continuou escalando as categorias de monoposto até chegar na GP2 em 2011, categoria em que correu por quatro anos, até ser campeão em 2014 pela equipe Dams, onde criou uma rivalidade com Felipe Nasr antes de conquistar o título com quatro vitórias no ano e três rodadas de antecedência. A conquista lhe deu uma chance de testar pela Force India ao final da temporada em Abu Dhabi. A consequência disso tudo foi a vaga permanente de piloto reserva na Lotus em 2015. Com isso, a vaga de piloto titular da Renault em 2016 acabou surgindo de maneira quase que natural.

Jolyon Palmer comemora vitória da GP2 em Monza, Itália (Foto: Divulgação)

Desde que começou a competir em esportes a motor há seis anos – quando ainda tinha 16, Pascal Wehrlein venceu em todas as temporadas desde então. O alemão é uma enorme aposta da Mercedes, principalmente depois ter se tornado o mais jovem piloto a vencer (em 2014) na DTM correndo pelo time da estrela de três pontas. No dia seguinte ao feito foi nomeado para o cargo de piloto reserva na equipe germânica na Fórmula 1, responsabilidade que precisou dividir com a vaga de titular na DTM. Mas isso não impediu que Werhlein de novo impressionasse e se tornasse o piloto mais novo a conquistar o título da categoria de turismo alemã. Não demorou para que a Mercedes mexesse os pauzinhos para dar uma vaga de titular ao garoto na Fórmula 1. Desta forma, usando sua influência e o fato de fornecer motores para a Manor, alocou Pascal na equipe britânica pela temporada 2016.

Pascal Wehrlein, quando corria pela Mercedes na DTM, em 2015 (Foto: Getty Images)

A estreia de Rio Haryanto marca um capítulo na história da F1, já que o piloto de 23 anos é o primeiro indonésio na categoria.  Apesar disso, começou a carreira nos monopostos com 15 anos em categorias asiáticas. Em 2009 começou na F3 Australiana, mas foi na Fórmula BMW que Rio deu as cartas. Campeão com seis vitórias, 12 pódios e quatro poles, além de seis voltas mais rápidas. Em 2010 começaria seu vínculo com a Manor, vencendo com a equipe na GP3 e testando pela Virgin. Haryanto ainda venceu mais duas vezes na GP3 em 2011 antes de seguir para a GP2 no ano seguinte, com a equipe Carling. A perseverança fez com que em 2015, ainda na GP2, mas agora na escuderia Campos Racing, venceu três provas.

Rio Haryanto vence corrida 2 da GP2 no Bahrein (Foto: Divulgação)