Decoração
Décor ganha simetria, materiais naturais e peças de design
Simetria, tons neutros e mobiliário 100% brasileiro fazem do apartamentode Abram e Bela Berland uma lição de elegância comandada pelo escritório Díptico
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Living | O casal Abram e Bela Berland posam no sofá Suíte. Ao fundo à direita, cômoda Bianca, de Sergio Rodrigues, abriga escultura de Sonia Ebling. Na parede, destaque para as obras de Odetto Guersoni: Mulher Sentada e Praça de Madaleine de Paris. O nu é de autor desconhecido. No lado esquerdo do living, aparador Cambota, de Ilse Lang. Poltronas Conversadeira, de Bernardo Figueiredo. Todo o mobiliário é da Dpot (Foto: Evelyn Müller/Editora Globo)
As flores ganham ainda mais valor quando se conhece a assistente social Bela Berland, 66 anos. Ela corta os caules, reúne os personagens principais – orquídeas, rosas, hortênsias – e o arranjo floresce com a força e o esplendor de suas narrativas. Moradora do bairro de Higienópolis, Bela quis repaginar a decoração do apartamento de 426 m² em que vive há 25 anos, no Edifício Helenita, prédio projetado pelo arquiteto e designer polonês Jorge Zalszupin em 1962. “Tinha móveis de época antigos e pesados. Os filhos cresceram e, por fim, o sofá claro, sem manchas de cachorro-quente, tornou-se possível”, diz, em tom de brincadeira, entre uma
garfada e outra de bolo pão de ló servido com café preto durante a entrevista.
A vontade de atualizar o imóvel coincidiu com a nova fase de vida da filha, a designer de interiores Daniela Berland Cianciaruso, 40 anos. Há dois anos, ela deixou a carreira de executiva de marketing para se dedicar ao design de interiores. Associou-se ao arquiteto Ricardo Caminada e os dois fundaram o escritório Díptico. O projeto da mãe despontou entre os primeiros feitos a quatro mãos.
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Conhecedora do cenário em que passou a adolescência e dos gostos da mãe, Daniela e o sócio propuseram a mudança completa do mobiliário. Eles substituíram os ambientes fragmentados em pequenas salas por um living único de 80 m², com ampla circulação e pé-direito de 3,15 m. O princípio adotado para decorar foi simetria: dois sofás de 3,50 m de comprimento servem de eixo para o restante do mobiliário predominantemente brasileiro, como as poltronas Mole, de Sergio Rodrigues.
Os acabamentos em tons naturais, da palhinha à madeira freijó, dão destaque às obras de arte e peças adquiridas em viagens. Um exemplo são as estampas das almofadas, feitas a partir de tecidos comprados na África.
A sala de TV e o quarto do casal também mereceram nova roupagem, passando a expor arte mineira, design italiano e lembranças de 43 anos de casamento. “Quer a receita para tanto tempo juntos? Não tem, querida”, brinca dona Bela. Talvez seja cultivar o amor da família com o zelo de quem cuida de delicadas orquídeas.
Mesa de centro | O modelo K2, de Rafic Farah e Otávio Coelho, da Dpot, é uma das peças que merecem destaque, junto de outras de renome, como o banco Mocho, de Sergio Rodrigues, da Dpot. Ao fundo, óleo sobre tela de Alex Orsetti retrata os edifícios de São Paulo. Tapete de chenile da Clatt. Na mesa lateral, esculturas de Dalcir Ramiro, de Paraty. Luminária Artemide. Do outro lado, sobre mesa lateral de Jader Almeida, abajur Foscarini (Foto: Evelyn Müller/Editora Globo)
Vista | As amplas janelas são a característica principal do edifício Helenita, de Jorge Zalszupin. Entre as poltronas Mole, de Sergio Rodrigues, destaque para as mesas Bell, de Sebastian Herkner, à venda na Firma Casa. Banco Olivatto, de Pedro de Castro, de madeira e aço cortén, da Dpot (Foto: Evelyn Müller/Editora Globo)
Sala de jantar | É composta por mesa e cadeiras Paty, de Paulo Alves. Lustre da Dominici. Ao fundo, a parede temcomposição de desenhos de Candido Portinari sobre obra Dom Quixote, de Miguel de Cervantes. O arranjo de hortênsias de Bela Berland foi feito com louças compradas em viagem (Foto: Evelyn Müller/Editora Globo)
Hall de entrada | A mesa Reserva, do designer Paulo Alves, tem escultura Elemento Mostarda, de Darlan Rosa, e vaso do designer TomDixon com orquídea. Na parede, gravuras de Odetto Guersoni, Maria Bonomi e Gregório Gruber. Fotografias de Haruo Ohara e Marc Ferrez, do Instituto Moreira Salles. O piso original temcacos de mármore nero marquina (Foto: Evelyn Müller/Editora Globo)
Vintage | A tapeçaria abstrata, assinada pelo arquiteto e designer Jean Gillon nos anos 1970, decora a passagem que dá acesso à área dos quartos. Cadeira de jacarandá comprada em antiquário (Foto: Evelyn Müller/Editora Globo)
Cabeças | A coleção da Oficina de Agosto, de Bichinho, MG, e objetos de viagem decoram a estante da TV, revestida de imbuia escura. Poltrona Vronka, de Sergio Rodrigues, e banqueta Cork, da Vitra. Pufe de couro feito sob medida (Foto: Evelyn Müller/Editora Globo)
Madeira de lei | O lambri de jacarandá decora a sala de TV, que tem tela Fome, de Flávio Scholles. À direita, luminária Tigela e gamela, da La Lampe. Tapete da Seculo (Foto: Evelyn Müller/Editora Globo)
Quarto casal | O cômodo temcama da Madeira Bonita. Papel de parede da Wallcovering. Almofadas listradas Christian Lacroix, na Empório Beraldin. Pufes com tecidos bordados da Safira Sedas. Tapete da Seculo. Cabideiro da Vermeil (Foto: Evelyn Müller/Editora Globo)
Clássico | O banheiro da suíte passou por reforma e teve a bancada de mármore travertino ampliada. A antiga área de armários abriga agora um canto para maquiagem (Foto: Evelyn Müller/Editora Globo)