Edição do dia 05/06/2015

05/06/2015 13h18 - Atualizado em 22/03/2017 11h36

Atrações de Bonito reúnem belezas naturais, aventura e mistérios

Repórter Alex Barbosa saiu de São Luís (MA) e foi para Bonito (MS).
Lugar é privilegiado e cheio de grutas com formações de dez mil anos.

Alex BarbosaBonito, MS

No Tô de Folga desta sexta-feira (5), o repórter Alex Barbosa saiu de São Luís, no Maranhão, e foi para Bonito, no Mato Grosso do Sul. O lugar é privilegiado, cheio de grutas com formações de dez mil anos e um lago azul que até hoje ninguém descobriu a profundidade. Para quem gosta de mergulhar, vale a pena, porque a água é cristalina e com muitos peixes e corais. Confira como foi a viagem:

“Essa foi a primeira vez que eu visitei o Mato Grosso do Sul. Cheguei em um dia de sol, com muito calor - estava fazendo mais de 30ºC - e fui direto para a cidade de Bonito. De Campo Grande até lá são 300 quilômetros pela BR-060.

Eu levei quatro horas para chegar e não tinha ideia que a cidade fosse tão pequenininha. Ela só tem 20 mil habitantes, mas fica cheia de turista e é bem tranquila. Um casal de franceses disse que ouviu falar que Bonito é um lugar único no mundo e fez questão de incluir no roteiro de férias.

A decoração da maioria dos hotéis é rústica, mas encontrei de tudo: de pousadas bem simples a hotéis bem chiques.
 

Nossa primeira parada vai ser a gruta do Lago Azul e eu tô bem ansioso para conhecer esse lugar, porque é um dos principais cartões postais de Bonito. Enquanto isso, eu aproveito para apreciar essa paisagem típica do sul-mato-grossense. Na entrada da gruta, a gente põe um capacete para segurança em caso de um escorregão ou coisa assim. Aí anda por uns 300 metros, até se deparar com a gruta.

De cara, a gente já vê as estalactites, formações pontiagudas enormes formadas 10 mil anos atrás pela água da chuva que escorre. Lá embaixo, o Lago Azul, que por si só já explicaria o nome da cidade.

Os guias dizem que no verão, entre 9h e 10h, é o melhor horário para visitar a gruta. É que nesse horário acontece um fenômeno bem interessante. A luz do sol entra na gruta e reflete na água, causando um efeito sensacional. Parece até que tem uma luz de neon no fundo do lago. E olha só que curioso: mergulhadores já desceram por mais de 70 metros e não conseguiram chegar ao fundo do Lago Azul. A profundidade é um mistério até hoje.

Depois de visitar o lago, eu fui a uma das fazendas da região. Tem várias nesse mesmo estilo para os turistas. Chegamos bem na hora do almoço, com direito a carne pantaneira e arroz carreteiro. Caprichei no prato pra ter muita energia e seguir por uma trilha de dois quilômetros, enquanto os anfitriões se exibiam pelas árvores. Com minha câmera, eu filmei um montão deles.

A trilha é longa, mas não dá nem tempo para cansar. A gente anda um pouquinho e já se depara com um cenário bacana. Nesse trecho aqui, uma cachoeira de um lado e é só dar alguns passos e encontrar com outra. São sete no total. E o melhor de tudo: em cada uma delas, o turista pode parar e entrar na água para se refrescar à vontade. ‘É uma delícia. Mais bonito ainda é ver os peixes até a olho nu’, diz a turista paulista Mirela Huppert’.

Em alguns pontos é possível saltar de alturas de até seis metros. Quase me faltou coragem, mas eu fechei o olho e fui. Essa risada toda é do meu cinegrafista, que viu minha cara de assustado e o desespero para voltar à superfície logo. Eu não sou dos melhores nadadores, né?

Mas o passeio mais legal em Bonito pra mim ainda estava por vir. O caminho agora é para o Rio da Prata, para fazer uma flutuação em águas cristalinas. Eu fiquei impressionado quando olhei lá embaixo e vi aqueles cardumes passando bem pertinho de mim. É muito lindo. Olha só como a água muda de acordo com a luz do sol.

São dois quilômetros contemplando a diversidade de vida que tem dentro d’água. Muito legal! E depois eu ainda fui convidado para fazer um mergulho no Rio Formoso. Para quem nunca mergulhou dá uma certa agonia no começo. Tem de respirar só pela boca para usar o equipamento, mas depois, a gente acostuma e é só alegria... E aventura também.

O passeio é uma escalada debaixo d’água. Segurando em pedras e troncos para chegar até uma cachoeira, onde a água que cai forma bolhas de águas com um efeito de tirar o fôlego. Quer dizer, melhor não perder o fôlego por aqui. ‘Realmente é uma escalada. Você tem que se atracar nas pedras para vencer a correnteza’, conta Ana dos Santos, turista cearense.

Eu fechei a visita, indo ao balneário de Bonito, que também atrai muitos turistas. E olha como eles nadam rodeados de peixes enormes. E não só isso, o lugar parece uma grande piscina, mas aqui esse contato com a natureza é tão intenso, que às vezes assusta.

De repente, o povo descobre que tem uma sucuri de três metros nadando junto com os banhistas.

Todo mundo parou para ver, inclusive eu. Ela parecia se exibir, mostrou até a língua assustadora, enquanto os moradores da região, que já são tão acostumados a respeitar o espaço dos bichos, continuavam na água normalmente. Coisas de Bonito, um nome até modesto para um lugar com tantas belezas assim".


 

Veja no vídeo ao lado os bastidores da viagem de Alex Barbosa.

 

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