O tempo fechou sobre a cabeça dos consumidores. É a economia que não cresce, os juros que sobem, a inflação que está alta e o desemprego que bate à porta. Os economistas dizem que tudo isso junto acaba em tempestade. Ou então dívidas e mais dívidas que não são pagas.
Na hora do aperto, as contas com o varejo vão para o final da fila de prioridade dos consumidores. Por isso, o varejo está com uma inadimplência 38 % maior neste ano do que em 2014. É o consumidor acreditando que dívida com loja é dos males, o menor.
“Claro, vai ficar inadimplente na praça, vai ter dificuldade para obter crédito, mas o transtorno causado na vida dele é bem menor do que ter a energia cortada, água, fornecimento de água ou até mesmo perder o carro ou a casa por falta de pagamento de uma dívida bancária”, explica o economista do Serasa Experian Luiz Rabi.
O problema é que no varejo os juros são altos - e variam bastante. É o que mostra um levantamento com 13 dos maiores varejistas do país, feito a pedido do Jornal da Globo. Para quem não paga toda a parcela de um cartão de loja, por exemplo, os juros podem ser de 11,9 % a 17,79 % ao mês. Bem mais que um empréstimo pessoal em banco, que em média custa 6,4 % ao mês.
Para piorar, a taxa de juros nem sempre está clara para o consumidor. “A informação deve ser sempre fornecida de modo a fazer com que o consumidor efetivamente entenda o que é que ele está comprando ou que prestação de serviço lhe está sendo oferecida. E a informação verdadeira é aquela que está adequada ao entendimento do consumidor”, diz a diretora-executiva do Procon-SP, Ivete Maria Ribeiro.