Prima gata de Thatiana Pagung lança CD com bambas e fala de cantadas

Juliana Pagung com Thatiana (Foto: Divulgação)

O sobrenome Pagung ficou famoso por causa de Thatiana Pagung, ex-musa do carnaval, que reinou à frente da bateria da Mocidade Independente de Padre Miguel por anos antes de resolver se afastar da folia. No entanto, uma nova representante da família deve ganhar os holofotes em breve. Juliana, prima da morena, acaba de gravar seu primeiro CD solo e ele tem participação de bambas como Zeca Pagodinho, Dudu Nobre e Xande de Pilares.

"O projeto já havia dado partida em 2010, mas só finalizamos e fechamos parcerias em 2015. A base é o samba, mas temos um trabalho bem diversificado, passeando por vários ritmos brasileiros. Trabalho com a música desde os 15 anos, mas só tive o prazer de trabalhar com samba de fato a partir de 2008. Eu definitivamente encontrei meu lugar!", festeja a cantora, que sempre sonhou em gravar com Zeca: "Dudu e Xande são meus amigos, já tínhamos trabalhado juntos, e eu os admiro muito. Então eu mesma fiz o convite. Já o Zeca foi convidado pelo meu empresário, que o procurou mostrando a minha música, porque eu disse que sempre fui fã e que tinha vontade de cantar com ele. Isso é um prêmio para mim! Fiquei muito feliz e estou sem acreditar até agora".

Veja o clipe de "Um Recado de Amor", que ela gravou com Zeca, ao lado.

Juliana começou a se envolver com o samba por causa da Mocidade, agremiação que consagrou a prima. Ela foi apresentada aos membros da comunidade por Thatiana e acabou entrando para o time de intérpretes, onde trabalha até hoje como apoio, e não tem pretensões de subir ao posto de comando: "Eu não tenho esse objetivo de um dia comandar um grupo de intérpretes. Essa posição, sem ser machista, é muito bem colocada nas vozes masculinas, a meu ver. O conhecimento que minha prima tem no samba me ajudou muito na carreira. Ela sempre me apresentou às pessoas do meio e eu comecei a frequentar a quadra por causa dela, já que não conhecia nada de samba e cresci escutando sertanejo, com uma criação de interior. Foi um mundo novo e arrebatador".

ego nas redes sociais

Questionada se ela e Thatiana já tiveram alguma concorrência entre elas, Juliana nega: "Nunca, sempre fomos muito parceiras. Apesar de estarmos no samba, nosso caminhos sempre foram muito definidos. Eu só queria cantar e estudar música. Entrar para o time de intérpretes da Mocidade direcionou de vez o meu caminho. Então, uma apoiava a outra. Sempre!"

Sobre o fato de ser uma mulher - gata, ainda por cima - em um meio tão masculino quanto o do samba, Juliana, que tem 28 anos, conta que sofreu preconceito no começo: "Não tinha muito contato com o samba nem perfil de sambista. Quando me conheciam, viam uma mulher vistosa, não uma cantora! Foi preciso muita perseverança, determinação, atenção e postura para não cair em armadilhas. Para cada porta de trabalho que se abriu, tive que mostrar que tinha competência e dedicação para chegar até aqui. Nada veio de mão beijada. Só através de muita luta e estudo".

As cantadas, é claro, também são fraquentes. Mas, segundo ela, respeitosas. "O povo do samba é poético até para fazer uma cantada de classe (risos). E elogios são sempre bons, mantêm nossa autoestima elevada. Graças a Deus, nunca ouvi nada que me ofendesse. Tem os abusados, claro, mas a nossa melhor resposta é o comportamento e a atitude. Tudo depende da nossa postura", acredita.