Um ano depois, assassinato de Eduardo de Jesus é relembrado em ato de moradores

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Um ano depois, assassinato de Eduardo de Jesus é relembrado em ato de moradores

Amanda Prado - O Globo
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RIO - Um ano depois do assassinato de Eduardo de Jesus, morto aos 10 anos por um tiro de fuzil na porta de casa, no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio, cerca de 60 pessoas se reuniram neste sábado (02) para prestar uma homenagem ao menino e relembrar outras vítimas da guerra ao tráfico na cidade.

O grupo, também formado por mães e pais que perderam os filhos assassinados em favelas cariocas, saiu em caminhada da porta do Colégio Estadual Jornalista Tim Lopes, na Estrada do Itararé, na entrada do Complexo, e subiu o morro até a o beco onde Eduardo foi morto, no Areal, entoando gritos de protesto.

Therezinha de Jesus, mãe do menino, andava à frente, segurando um cartaz com as palavras "Justiça para Eduardo".

— Foi aqui. Foi nessa escada. Essa era a casa em que a gente morava — disse Therezinha, em voz alta. — Só vou sossegar quando o policial que deu um tiro no meu filho estiver na cadeia.

Uma intervenção artística foi feita próxima ao local, colorindo o beco com pinturas. Uma placa com os inscritos "Beco Eduardo de Jesus Ferreira" também foi colocada em um dos muros, dando nome ao beco onde Eduardo foi morto.

— Esse é um ponto muito simbólico para nós. A nomeação do beco com a memória do Eduardo é uma forma de ressignificar esse local — disse Thainã Medeiros, um dos organizadores do ato.

Entre as mães que perderam os filhos cedo, estava a cabeleireira Gláucia dos Santos, mãe de Fabrício dos Santos, assassinado aos 17 anos em um posto de gasolina em Guadalupe, Zona Norte, em janeiro de 2014.

— Eu também perdi um filho assassinado de forma brutal e covarde, com um tiro nas costas. Vim prestar solidariedade à Therezinha e mostrar que estamos juntas na luta por justiça — disse Gláucia.

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