26/05/2016 19h37 - Atualizado em 26/05/2016 19h52

Para Dilma, citação ao nome dela em gravação não tem 'credibilidade'

Em conversa com Machado, Sarney citou suposto pagamento de campanha.
Para presidente afastada tentativas de envolvê-la em situações são 'escusas'.

Do G1, em Brasília

A presidente afastada Dilma Rousseff afirmou na noite desta quinta-feira (26), por meio de nota enviada por sua assessoria de imprensa, que as citações ao nome dela em conversa entre o ex-presidente da República José Sarney e o ex-senador e ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado não tem "credibilidade". Dilma também disse que as tentativas de envolvê-la em "situações" das quais, segundo ela, não participou, são "escusas" e "direcionadas".

As conversas em que o nome de Dilma aparecem foram gravadas por Sérgio Machado, que teve acordo de delação premiada homologado nesta quarta-feira (25). A presidente foi citada em um diálogo em que Sérgio Machado e José Sarney discutem a delação de executivos da Odebrecht, e Sarney cita suposta tentativa de acordo geral para barrar a operação Lava Jato.

 

"A Odebrecht [...] vão abrir, vão contar tudo. Vão livrar a cara do Lula. E vão pegar a Dilma. Porque foi com ele. Quem tratou diretamente sobre o pagamento do João Santana foi ela [Dilma]. Então eles vão fazer. Porque isso tudo foi muito ruim pra eles. Com isso não tem jeito. Agora precisa se armar. Como vamos fazer com essa situação. A oposição não vai aceitar. Vamos ter que fazer um acordo geral com tudo isso", diz Sarney na conversa.

Denunciado ações da Lava Jato, João Santana trabalhou como marqueteiro em campanhas do PT entre os anos de 2002 e 2014. Dentre as campanhas, estiveram as duas eleições de Dilma Rousseff. Santana foi preso na Lava Jato sob suspeita de ter recebido propina de esquema envolvendo contratos da Petrobras.

Na nota, Dilma critica o fato de a citação ao nome dela nas conversas entre Machado e Sarney ter sido feita por quem estava distante da coordenação de campanha. "É curioso que pessoas que estiveram distantes da coordenação da campanha presidencial, de sua tesouraria, possam dar informações de como foram pagos e contabilizados os recursos arrecadados legalmente para a sua realização. Comentários feitos em conversas entre terceiros e que não apontam a origem das informações não têm nenhuma credibilidade", afirmou a presidente afastada.

"As tentativas de envolver o nome da presidenta Dilma Rousseff em situações das quais ela nunca participou ou teve qualquer responsabilidade são escusas e direcionadas. E só se explicam em razão de interesses inconfessáveis", declarou a nota.

Veja a íntegra da nota de Dilma:
NOTA DE ESCLARECIMENTO

Acerca da divulgação do teor de conversas gravadas em que se atribui à presidenta Dilma Rousseff a solicitação de pagamento ao publicitário João Santana pela empresa Odebrecht, cumpre esclarecer que:

1. Todos os pagamentos feitos ao publicitário João Santana na campanha da reeleição de Dilma Rousseff totalizaram R$ 70 milhões (R$ 50 milhões no primeiro turno e R$ 20 milhões no segundo turno). Os referidos pagamentos foram regularmente contabilizados na prestação de contas aprovadas pelo TSE.

2. Os valores destinados ao pagamento do publicitário, conforme indica a prestação de contas, demonstram por si só a falsidade de qualquer tentativa de que teria havido outro pagamento não contabilizado para a remuneração dos serviços prestados.

3. É curioso que pessoas que estiveram distantes da coordenação da campanha presidencial, de sua tesouraria, possam dar informações de como foram pagos e contabilizados os recursos arrecadados legalmente para a sua realização. Comentários feitos em conversas entre terceiros e que não apontam a origem das informações não têm nenhuma credibilidade.

4. As tentativas de envolver o nome da presidenta Dilma Rousseff em situações das quais ela nunca participou ou teve qualquer responsabilidade são escusas e direcionadas. E só se explicam em razão de interessem inconfessáveis. 

Assessoria de Imprensa
Presidenta Dilma Rousseff

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