26/05/2016 20h30 - Atualizado em 27/05/2016 08h00

ONU condena estupros coletivos no Brasil e pede que não se culpe vítimas

Comunicado pede que se evite a 'revitimização' das garotas do RJ e do PI.
ONU Mulheres pede 'tolerância zero' à violência contra a mulher.

Do G1, em São Paulo

Jovem postou foto da vítima e ironizou o suposto estupro (Foto: Reprodução)Jovem postou foto da vítima do Rio de Janeiro e ironizou o estupro (Foto: Reprodução)

A ONU Mulheres divulgou um comunicado solidarizando-se com as duas adolescentes que foram vítimas de estupro coletivo nos últimos dias no Brasil, uma no Rio de Janeiro e outra em Bom Jesus, Piauí.

O braço da organização internacional no Brasil pede à sociedade brasileira "tolerância zero a todas as formas de violência contra as mulheres e a sua banalização”.

O comunicado pede também aos poderes públicos do Rio e do Piauí "que seja incorporada a perspectiva de gênero na investigação, processo e julgamento de tais casos", para que se evite a "revitimização" das garotas -- ou seja, que elas sejam culpadas pelo que lhes aconteceu.

"Além de serem mulheres jovens, tais casos bárbaros se assemelham pelo fato de as duas adolescentes terem sido atraídas pelos algozes em tramas premeditadas e terem sido violentamente atacadas num contexto de uso de drogas ilícitas", afirma o texto.

Segundo a organização, a "revitimização" ocorre pela exposição da vítima em imagens e vídeos, além de pela "culpabilização" dela e por "julgamentos morais baseados em preconceitos e discriminações sexistas".

A organização afirma que, "como crime hediondo, o estupro e suas consequências não podem ser tolerados nem justificados sob pena do comprometimento da saúde física e emocional das mulheres, às quais devem dispor de todas as condições para evitar a extensão do sofrimento das violências perpetradas".

Os casos
No último dia 20, no Piauí, uma adolescente de 17 anos foi amarrada, amordaçada e estuprada por cinco homens.

Já no Rio de Janeiro, uma jovem de 16 anos foi violentada por, pelo menos, 30 homens. O vídeo do estupro foi postado na internet.

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