Uma adolescente de Rosário do Sul, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, busca realizar mais um sonho. Bruna Flores, de 17 anos, tem paralisia cerebral. Ela, que é bailarina, recebeu um convite para dançar na Itália e agora faz campanha para arrecadar dinheiro para a viagem.
Uma mancha no cérebro foi a responsável para que a parte locomotora não se desenvolvesse bem. Por causa da paralisia cerebral, ela não consegue se equilibrar nem ficar em pé sozinha. Mas nada disso foi uma limitação para a vontade de dançar.
Bruna despertou vontade de dançar quando tinhacinco anos de idade (Foto: Reprodução/RBS TV)
“Eu via as pessoas no palco e pensava: ‘como será que é a emoção?’. Aí surgiu toda aquela vontade: ‘eu vou fazer isso, vai acontecer’. Aí, eu pedi um palco de presente. Não sei como que eu escolhi a dança também. Acho que só pela condição do corpo, que eu queria provar para mim que eu podia”, conta Bruna.
Ela tinha cinco anos de idade quando ganhou o palco de presente. “Comprei madeira, aí um senhor muito gentil que morava na frente da casa da minha mãe construiu o palco e deu de presente pra ela. A partir daí, quando a gente se deu conta ela estava dançando, toda hora ela ia pro palco, só queria dançar e dançar”, relata Roner Flores, mãe de Bruna.
O palco feito pelos pais da Bruna para as apresentações em família ficou pequeno para os sonhos dela. Há três anos, ela se inscreveu em uma companhia de dança em Rosário do Sul. No teatro da cidade gaúcha foram dados os primeiros passos para desafios maiores. Agora, ela pretender levar o trabalho artístico para bem mais longe.
Após apresentações, Bruna foi convidada paradançar na Itália (Foto: Reprodução/RBS TV)
“De repente, chega uma pessoa cheia de luz, cheia de vontade, de esperança e te diz ‘eu quero dançar’. Eu, com medo, perguntei: ‘Como? E se eu te derrubar?’. ‘Tu me dá a mão, me levanta e a gente segue dançando’, lembra o coreógrafo Paulo Evandro Pereira da Costa.
Juntos, eles montaram uma coreografia que conta a história de um palhaço que convida uma menina pra conhecer o circo. O que eles não imaginavam é que o espetáculo faria tanto sucesso. Depois de uma apresentação em Porto Alegre e outra em Montevidéu, no Uruguai, a Bruna foi convidada para dançar na Itália, em um festival promovido pela Confederação Internacional de Dança.
“É fantástico. Causa medo, causa estranheza e é uma aventura”, descreve o coreógrafo Paulo Evandro. “Pode estar chovendo, que o trovão é música pra dançar. Os pássaros cantando é música para dançar também. Tudo o que é vivo, se dança”, finaliza Bruna.
Ao lado de coreógrafo, bailarina busca voos mais altos com a dança (Foto: Reprodução/RBS TV)
