15/11/2015 09h29 - Atualizado em 15/11/2015 09h29

Bióloga piauiense vê na paixão pelas bonecas Blythes opção de negócio

Há quase 10 anos, Neila Silveira faz roupinhas para bonecas.
Ateliê funciona no próprio apartamento, na Zona Leste de Teresina.

Patrícia AndradeDo G1 PI

Neila Silveira, 30 anos, mantém coleção com 10 bonecas Blythes  (Foto: Patrícia Andrade/G1)Neila Silveira, 30 anos, mantém coleção com 10 bonecas Blythes (Foto: Patrícia Andrade/G1)

Um hobby acabou se tornando uma ótima oportunidade de negócios para a piauiense Neila Silveira, 30 anos. Colecionadora das estilosas bonecas Blythes, ela teve a ideia de costurar roupinhas para suas 10 “meninas”, mas logo a notícia se espalhou e Neila passou a comercializar os modelitos entre outras colecionadoras.

Bióloga por formação, ela se encontrou mesmo foi no mundo da moda e hoje mantém um pequeno ateliê no apartamento que divide com a mãe na Zona Leste de Teresina. Para dominar o corte preciso e o acabamento das peças pequeninas, Neila fez o curso de corte e costura no mesmo ano em que adquiriu sua primeira Blythe. O preço salgado das roupinhas foi outro motivador para que a jovem desenvolvesse a Dita, sua marca própria.

“Roupinhas e acessórios para as blythes são sempre muito caros e foi aí que passei a fazer as das minhas bonecas. Quando comecei a colecionar, encontrei outras pessoas em uma comunidade na internet só para as colecionadoras e daí elas passaram a fazer encomendas”, falou.

Peças pequenas exigem corte e acabamentos precisos (Foto: Patrícia Andrade/G1)Peças pequenas exigem corte e acabamentos precisos (Foto: Patrícia Andrade/G1)

A vitrine para toda a produção de Neila é a internet, tanto as redes sociais como na sua loja on-line. As clientes foram surgindo de vários lugares, mas boa parte está concentrada nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. As roupinhas para as blythes conquistaram também colecionadoras em outros países como Portugal, Estados Unidos e Canadá. 

Por semana, Neila chega a despachar pelos Correios uma média de 10 caixas. O preço das peças varia de R$ 20 (camisetas) a R$ 100 (vestidos de renda). O curso de designer gráfico foi fundamental para que ela criasse os cartões, adesivos e outros materiais que usa para personalizar as encomendas.

Vestidinhos em renda de bilro e frivolité são os queridinhos (Foto: Patrícia Andrade/G1)Vestidinhos em renda de bilro e frivolité são os
queridinhos (Foto: Patrícia Andrade/G1)

Todos os modelos são de sua criação. O trabalho minucioso, principalmente com as peças trabalhadas na renda frivolité (de origem europeia) e de bilro, que compra diretamente com as rendeiras no Morro da Mariana, no Litoral, exige muita dedicação. São modelitos com uma pegada meio vintage e outras mais modernas, opções para todos os gostos.

No início, a jovem microempreendedora chegou a apostar numa loja física, mas o negócio acabou não se tornando muito rentável. Hoje, Neila faz seus próprios horários e já conseguiu administrar todo o processo produtivo.

“Se tornou mais lucrativo para mim. A loja física exige mais da gente e aqui consigo fazer os meus horários e administrar melhor os negócios. Tenho os dias para receber as encomendas e um prazo para costurar tudo, embalar e despachar. Mas é tudo tranquilo”, disse Neila.

Participação em feiras
Desde que começou a fazer roupinhas para bonecas, Neila tem participado de encontros anuais que reúnem colecionadoras de todo o Brasil. É nessa oportunidade que ela conhece mais gente e fecha novos contatos para os seus negócios. Neste domingo (15), ela participa da We Love Doll (Nós amamos boneca) em São Paulo.

Neila participa anualmente de eventos que reúnem colecionadoras de todo o país (Foto: Patrícia Andrade/G1)Neila participa anualmente de eventos que reúnem colecionadoras de todo o país (Foto: Patrícia Andrade/G1)

“São sempre encontros bem legais. Temos uma comunidade na internet muito unida e nesses encontros a gente sempre troca informações e quem tem coisas para vender pode levar e expor. Há colecionadoras de vários modelos de bonecas, mas a blythe é a que predomina”, falou.

A boneca Blythe foi criada em 1972 e comercializada nos Estados Unidos, mas o seu designer (cabeça e olhos grandes) não agradou o público e logo saiu das prateleiras. Só em 2000 a empresa japonesa Takara conseguiu uma licença para produzir uma nova edição da boneca Blythe, a New Blythe. O sucesso no Japão logo foi visto com bons olhos e as simpáticas bonecas logo voltaram a ser produzidas nos Estados Unidos.

Descoladas e antenadas com a moda, as Blythes custam entre R$ 500 e R$ 2 mil e ainda exigem gastos extras que vão além das roupas. Quem se rende aos encantos dessa bonequinha adora apostar ainda em acessórios e até dioramas (cenários artísticos) apenas para fotografar suas "crias" e compartilhar com as demais "blytheiras".

Segundo Neila Silveira, já há no mercado muita gente trabalhando com no segmento da moda para bonecas. “Tem gente que trabalha só com acessórios, outras só com croché, tricô e couro”, destacou.

Bonecas Blythes e suas colecionadoras são sempre antenadas com a moda (Foto: Patrícia Andrade/G1)Bonecas Blythes e suas colecionadoras são sempre antenadas com a moda (Foto: Patrícia Andrade/G1)
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