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Após comentários sobre estupro, estúdio rompe com desenhista brasileiro da DC

Allan Goldman causou controvérsia ao opinar sobre abuso sexual coletivo no Rio
Um dos desenhos de Allan Goldman Foto: Instagram / Reprodução
Um dos desenhos de Allan Goldman Foto: Instagram / Reprodução

RIO — O estúdio que representa o brasileiro Allan Goldman no mercado editorial americano anunciou que rompeu o contrato com o desenhista. Em um comunicado, a empresa Chiaroscuro Studios afirmou que decidiu "encerrar o relacionamento com artistas não alinhados com valores que, para nós, são absolutamente inegociáveis".

Na última sexta-feira, o autor, que costuma colaborar com a DC Comics, havia feito comentários controversos sobre o caso de estupro coletivo no Rio. Goldman trabalhou em histórias do Superman e dos Jovens Titãs para a empresa americana.

"O que acontece se os 30 estupradores da menina alegaram que são mulheres? Segundo a ideologia de gênero dos esquerdistas, uma pessoa é o que sente, e sua biologia não importa", escreveu. "Como a Justiça irá julgar o caso de uma mulher que foi violentada por 30 outras mulheres?"

Procurado, Goldman enviou uma nota em que afirma ser vítima de censura. Ele diz que é tratado como alvo por expressar apoio ao deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e por ter um posicionamento de direita. O autor também afirmou que a Chiaroscuro representava uma "parte menor" de seus trabalhos nos EUA.

— Se você ler meu post, verá que não faço apologia à violência muito menos ao estupro. Aliás, o estupro nem era o objeto do meu questionamento.

Leia o comunicado da Chiaroscuro Studios:

Leia a nota de Allan Goldman:

"Estou sendo vítima de censura. Se você ler meu post, verá que não faço apologia à violência muito menos ao estupro. Aliás, o estupro nem era o objeto do meu questionamento. Eu fiz uma crítica à ideologia de gênero. Levantei uma questão sobre a relativização moral e judicial que poderiam advir da ideologia de gênero.
Insinuar que eu fiz apologia à violência ou ao estupro é de uma má-fé tremenda. O que acontece é que estou sendo vitimado por uma gangue de " Social Justice Warriors" que não sabem lidar com a opinião alheia, agridem seus opositores da maneira mais baixa e vil possível. No fim o fato de eu ter sido alvo dessa gangue é por causa do meu posicionamento de direita, contra a ideologia de gênero, o socialismo e por eu defender abertamente o candidato à presidência Jair Bolsonaro, que os esquerdistas tanto odeiam.
Aos montes de militantes de esquerda que não sabem o significado de democracia e tentaram me prejudicar fazendo lobby para que eu fosse demitido, digo que fiquem tranquilos pois a Chiaroscuro representava apenas uma parte menor dos meus trabalhos e eu continuarei conseguindo me sustentar sem a ajuda do Deus Estado que eles tanto amam."