Edição do dia 26/05/2016

26/05/2016 21h35 - Atualizado em 26/05/2016 21h37

Polícia identifica quatro dos 33 suspeitos de estupro coletivo no Rio

Vítima é uma jovem de 16 anos.
Os homens filmaram a jovem e postaram na internet.

A polícia do Rio e o Ministério Público estão investigando um caso de estupro coletivo. A vítima é uma jovem de 16 anos. A polícia já identificou quatro dos 33 homens suspeitos de terem cometido esse crime bárbaro.

Os criminosos filmaram a adolescente depois do estupro e publicaram um vídeo e fotos na internet. Na gravação é possível ouvir os agressores debochando da vítima.

As imagens chocantes provocaram revolta. E houve reação imediata nas redes sociais. Mensagens de indignação, protesto e muita solidariedade à vítima.

O estupro coletivo foi numa favela na Zona Oeste do Rio.

A adolescente, de 16 anos, contou à polícia que no último sábado (21) esteve na casa de um rapaz com quem tinha um relacionamento. Eles estavam sozinhos. E que depois só se lembra que acordou no domingo (22) em uma casa na mesma comunidade com 33 homens armados com fuzis e pistolas. Estava dopada e nua.

A família só descobriu na quarta-feira (25) quando soube do vídeo e das fotos na internet.

Um parente contou, por telefone, que a adolescente foi ajudada por um agente comunitário.

“Ele foi uma pessoa que salvou a vida dela praticamente, porque eles iam matá-la. Nosso sentimento é de tristeza, de indignação, nós estamos assim estarrecidos de ver até que ponto chega a maldade, né, humana, né?” disse.

Só nesta quinta-feira (26) a adolescente passou por exames e tomou um coquetel de remédios para evitar doenças sexualmente transmissíveis. Ela vai ter acompanhamento psicológico.

A polícia identificou quatro homens que teriam envolvimento no crime. E já pediu a prisão deles.

Marcelo Miranda da Cruz Correa, de 18 anos e Michel Brazil da Silva, de 20, são suspeitos de divulgaram os vídeos e as fotos na internet. Os dois não tem profissão identificada.

Lucas Perdomo Duarte Santos, de 20 anos é o rapaz com quem a adolescente tinha um relacionamento. Ele também não teve a profissão informada pela polícia.

E ainda Raphael Assis Duarte Belo, de 41 anos. Ele aparece numa foto ao lado da vítima. Rafal trabalhou como apoio a operador de câmera nos Estúdios Globo, de onde foi desligado em agosto do ano passado. A polícia não tem a profissão atual dele.

Nas redes sociais, pessoas de todo o Brasil pedem rigor nas investigações e na punição.

A Ordem dos Advogados do Brasil classificou o crime como uma barbárie.

“Além do estupro, a divulgação dessas imagens torna a vida dessa pessoa eternamente humilhante. Então, é muito importante que as pessoas percebam que receber as imagens, transmitir as imagens também é crime”, afirmou Daniela Gusmão, da Comissão da OAB-Mulher.

A Organização das Nações Unidas divulgou uma nota em que se solidarizou com a vítima do estupro coletivo. A nota lembra também de um outro episódio quando uma jovem do Piauí foi abusada por cinco homens, na semana passada. A ONU pede justiça para esses dois casos.

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