19/11/2015 18h17 - Atualizado em 19/11/2015 19h08

Leilão de hidrelétricas está mantido para a próxima semana, diz ministro

Congresso ainda não concluiu votação de MP que trata do assunto.
Certame de usinas com concessão vencida já foi adiado duas vezes.

Débora CruzDo G1, em Brasília

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse nesta quinta-feira (19) que o leilão de 29 hidrelétricas com concessões vencidas, marcado para o dia 25 deste mês, está mantido, apesar de o Congresso Nacional ainda não ter concluído a votação da Medida Provisória 668.

A MP trata do chamado risco hidrológico, que é o prejuízo acumulado pelas usinas em períodos de seca, e também permite a cobrança de bônus de outorga no leilão. Aprovado na Câmara dos Deputados neste mês, o texto-base da MP aguarda análise do Senado, o que só deve ocorrer na próxima terça-feira (24), um dia antes do certame.

 

Questionado por jornalistas se o governo pretende adiar o leilão, o ministro respondeu que não. “Nós não temos mais como adiar”, disse Braga, ao chegar à entrega do Prêmio Índice ANEEL de Satisfação do Consumidor 2015.

“Nós vamos fazer o leilão conscientes de que as empresas já apresentaram suas inscrições, já apresentaram as suas garantias financeiras, etc. Está tudo pronto para o leilão e nós vamos fazer o leilão”, acrescentou o ministro.

Inicialmente previsto para ocorrer em outubro, o leilão de hidrelétricas com concessões vencidas já foi adiado duas vezes. A mudança de data mais recente ocorreu justamente para que o Congresso concluísse a tramitação da matéria, a fim de dar segurança jurídica ao certame.

Arrecadação
Necessitando de recursos para fechar suas contas, o governo federal projeta receber R$ 17 bilhões em bônus de outorga com o leilão. Desse valor, R$ 11 bilhões serão pagos no ato da assinatura da concessão, previsto para dezembro pelo Ministério de Minas e Energia.

Perguntado se o atraso na votação da MP poderá fazer com que os recursos só entrem no caixa da União em 2016, Braga disse que a situação não preocupa o governo.

“Isso não é uma das nossas preocupações. A nossa preocupação é cumprir um cronograma que envolve muitos agentes e muitos ‘players’ do setor. Então é preciso que nós possamos cumprir o cronograma”, afirmou.

Detalhes do leilão
O leilão vai ocorrer na BM&FBovespa, em São Paulo. Poderão participar empresas nacionais ou estrangeiras que comprovem ter ao menos uma usina hidrelétrica em operação comercial por tempo não inferior a cinco anos, entre outros requisitos.

O valor das bonificações a serem pagas ao governo é fixo. Em troca do pagamento pela outorga, as empresas vencedoras desses leilões terão uma parcela da energia produzida pela usina para ser vendida livremente no mercado, enquanto o restante deverá ser destinado a preços mais baixos para as distribuidoras, que atendem ao consumidor final.

Serão ofertadas hidrelétricas como a de Três Marias, atualmente operada pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Governador Parigot de Souza, da Companhia Paranaense de Energia (Copel), e Jupiá, da Cesp (Companhia Energética de São Paulo).

Leilão de transmissão
Eduardo Braga avaliou que o leilão de transmissão realizado na véspera, que teve apenas 4 dos 12 lotes arrematados, foi melhor do que o anterior, realizado em agosto e que também teve 4 lotes arrematados, de um total de 11. A diferença, segundo Braga, está nos valores comercializados. 

“Se você comprar este leilão de transmissão com o anterior, ele já foi melhor. Só uma dessas linhas agora foi de R$ 2,5 bilhões”, afirmou.

“Nós estamos fechando o ano de 2015 com mais de R$ 13 bilhões de contratos em linha de transmissão. Nós estamos além do que nós tínhamos na média de anos anteriores”, acrescentou o ministro.

Braga disse ainda que o governo analisa um novo modelo para a área de transmissão no país, a exemplo da discussão que ocorreu em torno do risco hidrológico.

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