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Cota maior para o Fla cria divergência entre clubes da Primeira Liga

Flu diz que vai lutar por valores iguais para todos, e Kalil afirma que Rubro-Negro receberia cifra maior. Mário Petraglia dividirá presidência da Liga com Gilvan Tavares

Por Rio de Janeiro

 


Reunião realizada nesta quinta-feira, em Laranjeiras, no Rio de Janeiro, escancarou pontos de divergência entre dirigentes dos clubes que participarão da Primeira Liga. Um ponto central está nas cotas de televisionamento. O comando do grupo aceita que o Flamengo, por ter mais apelo popular, receba valores maiores - informação confirmada por Alexandre Kali, diretor executivo da Liga. Mas nem todos os clubes estão de acordo. É o caso do Fluminense.

- O Fluminense vai lutar para ter uma divisão de cotas igual - disse o presidente do clube tricolor, Peter Siemsen.

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Eduardo Bandeira de Mello Peter Siemsen Primeira Liga (Foto: Mailson Santana / Fluminense FC)Eduardo Bandeira de Mello (E) e Peter Siemsen (D) deixam almoço nas Laranjeiras (Foto: Mailson Santana / Fluminense)




O Flamengo esteve representado no almoço por seu mandatário, Eduardo Bandeira de Mello, mas ele não ficou para a reunião - por isso, não quis falar com a imprensa ao deixar o local. Kalil botou panos quentes na discussão. Segundo ele, a Liga estuda alternativas ideais para a divisão do bolo, e a Premier League, da Inglaterra, é inspiração. No Campeonato Inglês, a maior parte do bolo é dividido igualmente. O restante é repassado de duas maneiras: de acordo com a posição do clube na tabela e com base em quantas partidas da equipe foram transmitidas. Apesar do modelo, o ex-presidente do Atlético-MG não deixou dúvidas de que o Rubro-Negro receberia uma maior fatia.

– Mas é claro que vai. Vocês conhecem alguma liga que divide igual? Toda liga tem clube que recebe mais. E provavelmente o Flamengo vai receber mais. Estamos copiando e ajustando alguns modelos que nos agradam. Mas o Fluminense vai receber mais, o Grêmio, o Inter. Não adianta todo mundo se achar o maior. Tem que usar o bom senso e não fazer nenhuma exceção – comentou o CEO da Primeira Liga.

No encontro, também ficou encaminhado que Mário Celso Petraglia, presidente do Atlético-PR, também comandará a Liga, dividindo a presidência com Gilvan de Pinho Tavares, mandatário do Cruzeiro. O Fluminense mais uma vez não se mostrou totalmente convencido da ideia

Alexandre Kalil, CEO da Primeira Liga (Foto: Daniel Mundim)Alexandre Kalil, CEO da Primeira Liga: "Vocês conhecem alguma liga que divide (cotas) igual?" (Foto: Daniel Mundim)

– Sobre qualquer outro assunto que não seja o que comentei, o Fluminense ainda está avaliando o que foi discutido e se entender que deve, vai se posicionar – disse Siemsen.

Petraglia não quis polemizar. Ele se mostrou compreensivo com a falta de consenso. E disse que a Liga trabalhará para ter a maior concordância possível.

- Nenhuma decisão no mundo tem unanimidade. Estamos aqui pelo bem da Liga, pelo bem dos clubes, e o objetivo final é um resultado bom para os clubes, mais receita, e sempre vamos tentar entrar em consenso, mas nunca haverá unanimidade - afirmou.

Segundo o presidente do Atlético-PR, não haverá divisão de funções com Gilvan de Pinho Tavares. Ambos serão considerados mandatários do grupo.

– A presidência não se divide. Há trabalho em conjunto em favor da liga. É um produto novo. Se caminharmos de forma ortodoxa, chegaremos a lugar nenhum. Estamos preocupados com o resultado – opinou.

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próximos passos da liga


Na última reunião do grupo, em Porto Alegre, o regulamento da competição para 2016 foi aprovado. Foi divulgado um site em que constam o regulamento e a divisão de grupos, mas sem citar quais os clubes. Conforme determina o Estatuto do Torcedor, qualquer competição profissional deve fornecer tais informações 60 dias antes do começo do torneio.

Vocês conhecem alguma liga que divide igual? Toda liga tem clube que recebe mais. E provavelmente o Flamengo vai receber mais"
Alexandre Kalil,  diretor-executivo da Primeira Liga

A Primeira Liga possui 15 clubes – todos representados na reunião desta sexta –, mas a primeira edição do campeonato contará com 12 participantes. Joinville e Paraná estão fora do embate, enquanto Avaí, Criciúma e Chapecoense lutam pela última vaga decidida pelo ranking da CBF de 2015. 

As equipes serão divididas em três grupos de quatro clubes cada. Os três melhores de cada chave e o melhor segundo colocado avançam para a semifinal, que será disputada em jogo único, assim como a decisão, marcada para o dia 30 de março. Ao contrário do que se cogitou nas últimas reuniões, o clássico Gre-Nal, realizado na primeira fase, só deve valer pontos para a Liga. Antes, havia a ideia de que ele também contasse para a tabela do Campeonato Gaúcho.   

O ex-ministro e presidente do Supremo Tribunal Federal, Sepúlveda Pertence, de 78 anos, será o ouvidor. Alexandre Kalil reforçou que a Primeira Liga tem um acordo com o STJD, que será o responsável pelo processamento das infrações disciplinares da competição. O diretor-executivo também assegurou que a Associação Nacional de Árbitros (Anaf) fornecerá os árbitros para o torneio. Ainda não há data para o próximo encontro entre os clubes.

> Confira as chaves da Liga Primeira:
Grupo 1: Cruzeiro, Fluminense, Avaí/Chapecoense/Criciúma, América-MG
Grupo 2: Grêmio, Internacional, Atlético-PR, Avaí/Chapecoense/Criciúma
Grupo 3: Atlético-MG, Flamengo, Figueirense e Coritiba