28/11/2015 21h11 - Atualizado em 28/11/2015 21h47

PF achou cópia de delação de Baiano no gabinete de Delcídio, diz advogado

Delação de Fernando Baiano é mantida em sigilo pela Justiça.
Delcídio do Amaral foi preso nesta semana pela Polícia Federal.

Do G1, com informações da TV Globo

A Polícia Federal apreendeu no gabinete do senado Delcídio do Amaral (PT-MS), preso na última quarta-feira (25) sob a acusação de estar atrapalhando as investigações da Lava Jato, uma cópia da delação premiada de Fernando Soares, o Fernando Baiano, como o jornal O Globo informou e o Jornal Nacional confirmou.

O documento é mantido sob sigilo pela Justiça. A informação foi confirmada pelo advogado Délio Lins e Silva Junior, que defende Diogo Ferreira, chefe de gabinete do senador.

Ambos foram presos pela Polícia Federal nesta semana após o ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, concordar com as alegações do Ministério Público de que eles atuavam de forma organizada e permanente para atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. Também foram presos na ocasião o banqueiro André Esteves, do banco BTG Pactual, e o advogado Edson Ribeiro, que defendia Nestor Cerveró, ex-diretor Internacional da Petrobras.

Prisão
Delcídio do Amaral foi preso pela PF na última quarta-feira (25). Segundo as investigações, ele estava atrapalhando as investigações da Lava Jato.

 

Nas gravações telefônicas que embasaram o pedido de prisão feito pela PGR, Delcídio oferece para o filho de Cerveró, além da fuga para a Espanha, uma mesada de R$ 50 mil para o ex-diretor não citar o parlamentar em delação premiada. A gravação foi feita pelo filho de Cerveró, Bernardo Cerveró.

Para a polícia, Delcídio confirmou que é a voz dele que está na gravação. Ele alegou, no entanto, ser inocente e negou que tenha oferecido mesada de R$ 50 mil mensais para que Cerveró evitasse fazer acordo de delação premiada.

Depoimento de Delcídio
Em depoimento nesta semana, Delcídio disse aos policiais que queria a soltura do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró por "questões humanitárias".

A GloboNews teve acesso ao depoimento dado por Delcídio à PF. O senador também falou que tinha informações de que o vice-presidente Michel Temer tinha relações próximas com o ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada, também preso pela Lava Jato.

Na gravação telefônica, o senador fala para o filho de Cerveró e para o advogado que o vice-presidente da República, Michel Temer, havia procurado o ministro do STF Gilmar Mendes para tratar sobre Zelada. Segundo diz Delcídio na conversa por telefone, Temer estaria "preocupado" com Zelada.

O senador explicou aos policiais que citou Temer porque, segundo "informações que se tinham à época", o vice-presidente mantinha relações próximas com Zelada. Questionado sobre o que seria essa proximidade, Delcídio disse que preferia não responder.

A assessoria de imprensa de Temer, que também é presidente do PMDB, divulgou nota nesta sexta sobre a declaração de Delcídio. O texto diz que "Jorge Zelada foi levado à presidência do PMDB por estar sendo indicado para cargo na Petrobras, ocasião em que foi apresentado a Michel Temer. O presidente do PMDB não o indicou nem trabalhou pela sua manutenção no cargo".

Na nota, a assessoria diz que repudia as declarações do senador. "Portanto, o presidente do PMDB nega qualquer relação de proximidade com Jorge Zelada e repudia veementemente as declarações do senador Delcídio do Amaral", completa o texto.

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