O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) informou nesta terça-feira (15) que o volume de metais pesados encontrados no Rio Doce é o mesmo observado antes do rompimento da barragem de Fundão, que liberou mais de 30 milhões de m³ de rejeitos em Mariana, na Região Central de Minas Gerais.
De acordo com o órgão, “os resultados de 2015 são, de modo geral, similares a levantamentos realizados pelo CPRM em 2010”.
Os valores obtidos nas coletas indicaram condições aceitáveis, de acordo com o Ministério da Saúde, exceto para o manganês que pode ser tratado em estações de captação de água.
Já pesquisadores da Universidade de Brasília (UNB) que coletaram amostras de água e de lama do Rio Doce, afirmaram nesta terça que foram registrados índices elevados de arsênio, manganês, chumbo, alumínio e ferro.
O relatório é preliminar, de acordo com os próprios cientistas, e as análises estão temporariamente “suspensas” porque acabou o gás que alimenta a máquina que identifica e quantifica os elementos – ele dura dois dias e custa R$ 1,5 mil. O estudo considerou as concentrações de dez metais: alumínio dissolvido, ferro dissolvido, arsênio, manganês, selênio, cádmio, chumbo, lítio, níquel e zinco.
O CPRM colheu amostras em 13 pontos durante as primeiras análises, entre os dias 14 e 22 de novembro. Mais coletas estão em andamento.
“Os resultados confirmam que, depois de adequadamente tratada pelas companhias de saneamento de forma a torná-la compatível com os padrões de potabilidade estabelecidos pela Portaria 2.914 do Ministério da Saúde, a água pode ser consumida sem riscos”, informou o órgão.
Porém, o órgão afirmou que “a quantidade de material em suspensão na água alcançou níveis até 100 vezes superiores aos observados historicamente durante períodos de chuvas torrenciais”.
Após o rompimento da barragem, no dia 5 de novembro, houve aumento da turbidez da água do Rio Doce, diminuindo o nível de oxigênio, matando centenas de peixes e interrompendo o abastecimento de várias cidades.
Apesar de afirmar que a qualidade das amostras está dentro dos parâmetros do Ministério da Saúde, o CPRM informou que a turbidez continua alta e que, por isso, as estações de tratamento ainda precisam adotar procedimentos especiais.