02/05/2016 21h13 - Atualizado em 02/05/2016 21h19

Marisa Monte e Leoni fazem show de graça em colégio ocupado no Leblon

Escola André Maurois é uma das cerca de 70 ocupadas por alunos no RJ.
'Cantei quatro músicas com eles', postou a cantora em rede social.

Do G1 Rio

Leoni postou foto de Marisa Monte cantando em colégio ocupado no Leblon (Foto: Reprodução/Facebook)Leoni postou foto de Marisa Monte cantando em colégio ocupado no Leblon (Foto: Reprodução/Facebook)

Dois grandes nomes da música brasileira, os cantores Marisa Monte e Leoni fizeram um show de graça no Colégio Estadual André Maurois, na Gávea, Zona Sul do Rio, na tarde desta segunda-feira (2). A escola foi uma das últimas instituições de ensino a serem ocupadas pelos estudantes no estado.

Marisa Monte conta, em publicação na sua página oficial do Facebook, ter recebido o convite para visitar o colégio e, assim, decidiu ir até a escola. "Cantei quatro músicas com eles e com o Dadi [amigo de Marisa Monte] e pude voltar a ter esperança em uma força transformadora", afirma no texto a cantora.

Ela diz, ainda, que encontrou "jovens estudantes batalhando pela educação e cuidando com amor do que é pública". A cantora diz que o protesto dos estudantes ocorre de forma organizada, e que cada aluno está fazendo sua parte. 

Na publicação, Marisa aproveitou para divulgar uma lista de necessidades elaborada pelos estudantes e pede doações para os estudantes. "Aqui no Rio são muitas escolas ocupadas e certamente tem uma perto de você", reforça a artista.

Segundo a lista de prioridades, faltam para os estudantes: colchonetes, leite, frios em geral, ovos, óleo, azeite, suco, panos de prato, panos de chão, esponjas, água sanitária, legumes, frutas, creme de leite, leite condensado, molho de tomate, saco de lixo, copos, facas de serra e de carne, manteiga, sabão em pó, potes de sorvete, cartolina, folha A4, papel toalha, guardanapos e flanelas.

Ocupações no estado
São 67 unidades paradas, de acordo com a Secretaria de Estado de Educação, e 76, segundo a Assembleia Nacional dos Estudantes Livres, que coordena a ocupação.

A secretaria anunciou que alunos de escolas ocupadas vão poder pedir transferência para outras unidades da rede estadual. As inscrições começam nesta segunda-feira.

Em entrevista ao Bom Dia Rio desta segunda, o chefe de gabinete da Secretaria Estadual de Educação, Caio Castro Lima, anunciou uma verba extra de até R$ 15 mil para toda as escolas para fazer pequenos reparos, como troca de maçanetas, conserto de bancos, colocar traves em quadra de esporte, e manutenção nas unidades.

A falta de manutenção das unidades é um dos problemas contra os quais os estudantes que ocupam as escolas se manifestam. Os diretores das escolas ficarão responsáveis por decidir que reparos fazer e depois fazem a prestação de contas à secretaria. 

“As obras grandes são feitas pela Empresa de Obras do estado (Emop). E esses pequenos reparos também. O governador determinou que fosse feito esse repasse para as escolas para os pequenos reparos para que sejam feito rapidamente pelos diretores das escolas”, disse Lima.

Outras reivindicações, que segundo a secretaria serão atendidas são: o abono da greve dos professores, aceitação da eleição para a direção das escolas (que será feita por pais, alunos e professores), que as disciplina de filosofia e sociologia não tenha menos de dois tempos por aula. Este ano a secretaria vai regularizar o enquadramento dos professores pela progressão na carreira, e dívida que há de 2013 a 2015, a secretaria vai parcelar a partir de janeiro de 2017, em 24 vezes.

“Para começar os reparos nas escolas, a gente precisa que os estudantes entendam que o recado deles foi dado, que a secretaria já fez concessões e que agora, eles desocupem as escolas para que a vida volte ao normal e os alunos, que são a grande maioria, possam voltar a ter aulas”, disse o chefe de gabinete.

Material esportivo nunca usado
O Colégio Estadual Irineu Marinho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, está ocupado desde o dia 6 de abril. Os alunos dizem que arrombaram uma sala que vivia trancada e encontraram material esportivo, que nunca foi usado. Os estudantes fizeram um vídeo, que está sendo amplamente divulgado nas redes sociais.

"A gente estava muito ansioso para saber o que é que tinha dentro dessa sala, que eles tanto trancavam. Há dois anos eles não abriam essa sala, por nada. Conseguimos abrir a porta e fomos procurar, achamos bolas, redes, uniformes, tudo. Achamos esse uniforme, o short, a blusa da escola. As redes, eu acho que é importante para a gente porque a gente tem que estar fazendo vôlei sem rede. Tem que usar rede na imaginação. Pode ver, as redes estão novinhas, intactas, que eles não davam para a gente usar. Acessórios que a gente usa para fazer as provas. E aqui a gente achou os cones novos, que a gente não tinha para usar. As bolas que estão novinhas, sem encher. Eles não davam para a gente jogar. A gente precisava dessas bolas para jogar basquete, que a gente tem aula de basquete. Tudo novinho, como você pode ver, está tudo novinho”, relata uma aluna.

Segundo Lima, nesse caso ficou claro que se trata de um problema de gestão, tanto da parte da escola quanto da secretaria, que não fiscalizou a utilização desse material. Ele disse que o diretor da escola vai ser chamado para explicar porque o material não estava sendo utilizado.

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