Arquitetura
Você moraria em uma casa de papelão?
Para o japonês Shigeru Ban, vencedor do Pritzker 2014, o material pode transformar moradias no mundo e tornar a arquitetura mais acessível
1 min de leitura“Arquitetos trabalham para pessoas ricas que querem tornar concretos seu poder e seu dinheiro. Não sou contra isso, mas acho também que devemos usar nossas habilidades para ajudar causas e cidadãos que estejam sofrendo.” Famoso por projetar moradias em áreas que passaram por desastres naturais, o arquiteto japonês Shigeru Ban abriu a série de palestras do seminário Arq. Futuro, realizado dia 23 no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo, com uma ideia provocadora: fazer casas de papelão.
Autor de projetos em locais como Sri Lanka, Japão e Ruanda, Ban explica seu ponto de vista: “Dois problemas impedem a popularização do papelão em construções. O primeiro: para utilizá-lo em uma obra são necessárias licenças especiais dos governos. Depois, soluções mais baratas não geram o mesmo lucro para os profissionais envolvidos. Logo, não despertam tanto interesse”, diz.
Profissional premiado
Com agenda corrida e breve passagem pelo Brasil, Ban comentou também sobre sua mais recente conquista: o Pritzker 2014, um dos mais importantes prêmios mundiais de arquitetura. “Foi inesperado. Perguntei o porquê da escolha e soube que o motivo foi meu trabalho social”, afirma. O que ele espera depois dessa consagração? “Minha busca não é melhorar a técnica, mas resolver problemas em projetos. Quero desafios. Não faço nada com um terreno vazio”, finaliza.