Edição do dia 27/03/2015

28/03/2015 01h29 - Atualizado em 30/03/2015 19h24

Polícia Federal prende mais dois investigados na Operação Lava Jato

Entre os dois presos está o presidente da Galvão Engenharia,
acusado de pagar propina no esquema de corrupção da Petrobras.

Malu MazzaCuritiba, PR

Já estão na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, os dois novos presos da Operação Lava Jato, entre eles o presidente do Grupo Galvão, que já responde a processos por cimes como corrupção e lavagem de dinheiro.

Na casa de Dario Galvão foram apreendidos relógios e jóias, que podem ser usados para quitar possíveis multas em caso de condenação.

Segundo o Ministério Público Federal, a Galvão Engenharia pagou propina para a diretoria de serviços da Petrobras por meio de empresas de Shinko Nakandakari, acusado de ser um dos operadores do esquema.

Shinko fez acordo de delação premiada e disse à Justiça que Dario Galvão era quem ordenava o pagamento de propina.

Shinko Nakandakari:Se tem algum direito a acertar daquilo que foi combinado, é primeiro feito um alinhamento com Dario Galvão para depois dar uma posição.

Relatórios de visitação feito pela segurança da Petrobras, no Rio de Janeiro mostram que Shinko Nakandakari esteve com Renato Duque 35 vezes entre os anos de 2005 e 2012.

Em outras 45 vezes, Shinko foi à Petrobras para encontrar o ex-gerente de serviços, Pedro Barusco, entre 2006 e 2010. As tabelas foram usadas para comprovar as relações entre Shinko e a diretoria de serviços.

Outro preso na sexta-feira (27), Guilherme Esteves de Jesus, também seria operador do pagamento de propina, de acordo com o Ministério Público. Ele teria feito depósitos no exterior em contas de Renato Duque e Pedro Barusco. Guilherme Esteves foi preso, segundo a polícia, porque tentou esconder provas de crimes.

Em fevereiro, policiais foram até a casa dele com mandados de busca e apreensão. A ação foi gravada pelas câmeras da casa. Enquanto os policiais pediam para entrar, a mulher de Guilherme saía pelos fundos com um pacote nas mãos. Só depois disso ele recebeu os policiais.

Dario Galvão e Guilherme Esteves foram levados para a carceragem da Polícia Federal, em Curitiba.

O Grupo Galvão declarou que considera arbitrária a prisão do presidente, Dario Galvão Filho, que ele não cometeu nenhum crime e que a empresa rechaça qualquer tentativa de incluí-la nas alegações de formação de cartel e corrupção.

O advogado de Renato Duque disse que o cliente não recebeu qualquer valor indevido na direção da Petrobras.

O Jornal da Globo não conseguiu contato com o advogado de Guilherme Esteves de Jesus nem com o advogado de Pedro Barusco. Barusco já assumiu em depoimento que recebeu propina.

 

 

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