23/06/2013 16h36 - Atualizado em 23/06/2013 16h49

Manifestação em Fortaleza bloqueia via de acesso a aeroporto

Grupo marca protesto para esta segunda-feira contra ação da polícia.
Redução da passagem está entre as pautas prioritárias da manifestação.

Do G1 CE

Manifestantes bloqueiam pista do Aeroporto de Fortaleza (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)Manifestantes bloqueiam pista do Aeroporto de
Fortaleza (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)

A manifestação de Fortaleza que reúne cerca de 500 pessoas bloqueia na tarde deste domingo (23) uma das pistas que dá acesso ao Aeroporto Internacional Pinto Martins. Devido ao bloqueio, alguns motoristas sobem o canteiro central para seguir pela outra pista. Uma barreira policial foi montada no local para evitar o acesso dos manifestantes ao Aeroporto Internacional Pinto Martins. A manifestação segue pacífica e ordeira.

A concentração do protesto iniciou a cerca de 3 quilômetros da Arena Castelão, onde Espanha e Nigéria jogam pela Copa das Confederações às 16h.

O grupo caminhou entre veículos em direção ao Castelão na Avenida Alberto Craveiro, e em seguida foi em direção ao aeroporto. Apesar da pouca adesão neste domingo em relação aos protestos anteriores, que reuniram mais de 30 mil pessoas, os manifestantes acreditam que os protestos não perderam a força. “Nós tivemos hoje uma assembleia para debater e decidir os rumos do protesto. Na próxima semana nós vamos voltar com mais força”, diz Lucas Moreira, um dos organizadores dos protestos em Fortaleza.

Na manhã deste domingo, o grupo se reuniu no Centro Cultural Dragão do Mar para decidir as pautas prioritárias nos protestos. Ficou decidido que o grupo vai reivindicar, de forma prioritária, a redução da tarifa de ônibus de R$ 2,20 para R$ 2, e a paralisação das obras do Acquario Oceânico, avaliado em US$ 250 milhões.

“Todas as capitais baixaram a tarifa, agora a gente quer a redução também em Fortaleza”, diz Lucas Moreira. Em relação ao Acquario, os manifestantes alegam que há irregularidades e  gastos excessivos na obra e a prioridade do estado deveria ser o combate aos efeitos da seca. O Ceará passa por uma das maiores secas dos últimos 50 anos e tem 174 de 184 cidades com decreto de emergência devido à escassez de água.

O governo defende que o Acquario é construído de forma regular, com licença ambiental da Secretaria Estadual de Meio Ambiente. Os manifestantes alegam que é necessária a licença ambiental de um órgão federal. O Ibama, no entanto, afirmou que o órgão estadual deveria emitir ou não a licença. Sobre a denúncia de gastos excessivos, o governo alega que a obra custou o valor médio estimado para um empreendimento do porte do Acquario Oceânico e que também tem feito investimentos para amenizar os efeitos da seca no estado.

A prefeitura de Fortaleza não se pronunciou sobre o pedido de redução de passagem.

Ato contra ações da PM
Na segunda-feira (24), os manifestantes farão uma caminhada em protesto às ações da Polícia Militar para coibir o avanço do protesto até a Arena Castelão, durante o jogo Brasil e México. Cerca de 50 pessoas ficaram feridas com balas de borracha. Os organizadores do grupo consideram as ações excessivas.

“Juntamos diversos boletins de ocorrência, exame de corpo de delito e pessoas que sofreram com a agressão e vamos caminhar até o Ministério Público, que é o órgão responsável, para apurar os excessos da PM”, explica a advogada e protestante Mayara Justa. O protesto está marcado para 9h de segunda-feira, com saída da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará, na Avenida da Universidade.

Questionado sobre os atos de violência da Polícia Militar na quarta-feira (19) contra as pessoas que protestavam no entorno do Castelão, durante jogo de Brasil e México pela Copa das Confederações, o governador afirmou que orientação era usar o “mínimo de recurso” possível.

“A orientação era para que utilizassem o mínimo de balas de borracha. Se houve algum (tiro de bala de borracha), é porque também houve excesso de alguma minoria, porque eu vi imagem, a grande maioria estava a 200 metros da polícia e alguns tentavam efetivamente enfrentar a polícia”, afirma Cid Gomes.

Manifestação teve concentração a cerca de três quilômetros do Castelão (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)Manifestação teve concentração a cerca de três quilômetros do Castelão (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)

Gastos com a Copa
Cid defende que o Castelão é o estádio que teve o menor custo entre as 12 arenas que sediarão jogos da Copa do Mundo em 2014, em porporção ao número de assentos de cada estádio. Ainda segundo Cid Gomes, a maior parte da população cearense defende a realização da Copa no estado, segundo pesquisas. A reforma do estádio Castelão custou R$ 527 milhões.

“É respeitável que algumas pessoas defendem que em vez de estádio se invista em outra coisa, isso é legítimo. Agora tem uma grande quantidade de pessoas que acha importante a realização da Copa do Mundo, e nós temos um compromisso”, afirmou.

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