Manifestação de crianças no Aterro do Flamengo (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)Centenas de crianças participaram junto com pais, tios e avós de sua primeira manifestação neste domingo (23), no Aterro do Flamengo, na Zona Sul do Rio. Com a ajuda dos adultos encheram cartazes de tinta, desenhos e pedidos de um país melhor no futuro e,em vez de palavras de ordem, cantaram cantigas de roda.
A convocação para o Rio Brincante, como o ato foi batizado, foi feita na semana passada por redes sociais e obteve a adesão e confirmação de presença de 2.500 pessoas, segundo uma das organizadoras, a educadora ambiental Marina Reina, que levou o filho Antônio, de 3 anos, para participar do movimento.
"A gente quer que nossos filhos vivam num país melhor. Por isso, fomos construindo coletivamente esse movimento, com outros pais, pelas redes sociais. E de repente, quando vimos, já tínhamos marcado um evento grandioso. Quero que meu filho comece a perceber que pode manifestar suas vontades, reivindicar suas realizações e cobrar ações positivas", disse Marina.
Danilo, de 2 anos, aproveitou a manhã de manifestação como ninguém: com um pincel e tintas pintou cartolina, calçada, as próprias roupas. Nada escapou à veia criativa do menino, segundo a mãe dele, a assistente administrativa Creuzimar dos Santos.
"Quanto mais cedo ele começar a ter noção de coletivo e de que pode se manifestar, melhor será", disse Creuzimar.
Já alfabetizada, Dora Dorigo, de 6 anos, pintava um coração de vermelho, num cartaz de próprio punho onde pedia mais paz e amor. A mãe de Dora, a designer Lícia Rubinstein, elogiou o ato infantil.
"É importante que ela comece a descobrir formas de manifestar seus sentimentos, seus desejos. Brincando, ela vai aprendendo e absorvendo esse ensinamentos", disse Lícia,
O mesmo sentimento levou o fotógrafo Fernando Filho a levar a filha Nina, de 3 anos, à manifestação infantil. "Ficamos sabendo do movimento pela internet e quando ela chegou aqui ficou muito animada com a pintura e as músicas".
O objetivo do movimento era pedir democracia, qualidade e segurança nos serviços de transporte e dizer não à violência policial. "Vamos reunir nossas crianças e dar voz aos pequenos", dizia a convocação nas redes sociais.
As crianças em marcha no Aterro (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)