28/10/2013 14h15 - Atualizado em 28/10/2013 14h49

Falta trabalhador qualificado para 65% das empresas industriais, diz CNI

Dados fazem parte de pesquisa realizada com 1.761 empresas em abril.
81% das empresas que lidam com problema qualificam trabalhadores.

Do G1, em Brasília

A falta de trabalhador qualificado atinge 65% das empresas industriais dos segmentos extrativo mineral e de transformação, aponta levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com 1.761 empresas no início de abril deste ano, divulgado nesta segunda-feira (28).

81% das empresas que lidam com o problema tentam qualificar os trabalhadores no próprio ambiente de trabalho

"A dificuldade maior é para as empresas de grande e médio porte, mas também atinge as pequenas", informou a entidade.

O gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca, avaliou que, desde o fim de 2010, a indústria não cresce e, ainda assim, os empresários têm dificuldade para encontrar trabalhadores qualificados. "À medida em que a indústria voltar a crescer, o problema vai se acirrar", acrescentou ele.

De acordo com os dados da pesquisa, 81% das empresas que lidam com o problema tentam qualificar os trabalhadores no próprio ambiente de trabalho, mas 49% dizem enfrentar problemas por conta, principalmente, da "baixa qualidade da educação básica". Em 74% das empresas que registram falta de trabalhador qualificado, há problema na busca pela eficiência ou redução de desperdícios.

A análise das ocupações dentro das empresas industriais mostra que existe dificuldade para encontrar profissionais qualificados para todas as áreas, desde operadores para produção até o nível gerencial. Os empresários destacam que a escassez maior é entre operadores e técnicos para produção, que, juntos, respondem por cerca de 70% dos contratados pela indústria.

De acordo com o diretor do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Rafael Luchesi, a falta de trabalhador qualificado está relacionada com uma série de fatores que vão desde o nível de escolaridade, a educação voltada para o trabalho e até o aspecto comportamentel no ambiente de trabalho.

"A preparação para o trabalho é mais complexa do que simplesmente anos de estudo. Na indústria, são necessários conhecimentos específicos, além de habilidades comportamentais e de comunicação que acabam por afetar o desempenho e a produtividade dos trabalhadores", avaliou Luchesi, do Senai. Para ele, o desafio está em "repensar" a qualidade da educação formal oferecida.

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