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Ar poluído em Los Angeles (Foto: Jane/Wikimedia)

Os Estados Unidos são um dos maiores poluidores do planeta (junto com a China). O país está entre as maiores fontes de gás carbônico, principal responsável pelas mudanças climáticas. Faz sentido. Os EUA e a China são as maiores economias do mundo.

No entanto, a produção econômica e a geração de riqueza não precisam necessariamente andar tão juntinhas.

Segundo dados divulgados pelo governo americano, as emissões americanas caíram 3,8% em 2012. Isso num ano em que o PIB do país cresceu 2,8%. Há uma tendência de redução lenta e gradual nas emissões americanas desde 2005. O total do ano passado foi o mais baixo desde 1994.

O gráfico abaixo mostra as emissões americanas entre 1990 e 2012. A linha azul mostra o total de emissões em toneladas. As barras marrons mostram a mudança percentual de um ano para o outro. Dá para perceber que as emissões chegaram a um pico por volta de 2005 e desde então vem diminuindo.

Emissões americanas desde 1990 (Foto: EIA)

A queda gradual acelerou em 2009. Mas aí em boa parte por causa da retração econômica. Desta vez, a redução nas emissões vem de tecnologias mais limpas e eficiência energética. Em 2012, mesmo com o aumento de 2,8% no PIB, o consumo de energia foi na contramão: caiu 2,8%.

O uso de energia para gerar cada dólar caiu 6,5%.

Parte da conquista foi efeito ambiental. O verão do ano passado bateu recordes calor, reduzindo gastos com aquecimento. As alterações climáticas nos EUA, que geram quebra de safra e ondas de calor, trazem prejuízos mas também alguns benefícios colaterais. A América do Norte é o continente mais prejudicado pelas mudanças climáticas.

Mas boa parte do mérito da redução nas emissões é política energética mesmo. Os carros estão mais eficientes e as emissões dos setor de transportes caíram 22% de 2011 para 2012. O país trocou parte das termelétricas de carvão para gás natural, que emite menos carbono. Várias medidas do tipo fizeram a poluição diminuir, sem sacrifício das pessoas.

A China faz um esforço para limpar sua produção. Mas ainda tem uma economia bastante poluidora porque concentra sua produção de energia na queima de carvão. O país tem uma emissão per capita semelhante a de países ricos e desenvolvidos, como a Suécia. O PIB per capita (ajustado por poder de compra) de um chinês é de US$ 8 mil por ano. O de um sueco é de U$ 38 mil. Porém, apesar da diferença financeira, ambos emitem cerca de 6 toneladas de gás carbônico por ano. Algumas poluições devem valer mais a pena do que outras. 








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