Política

Lindbergh propõe Imposto Sobre Grandes Fortunas e diz que Dilma tem que falar à nação sobre crescimento

Petista ainda criticou o ministro da Fazenda, afirmando que ele só sabe ‘falar de cortes’

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ)
Foto: Ailton de Freitas / Agência O Globo
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) Foto: Ailton de Freitas / Agência O Globo

BRASÍLIA – O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) fez um duro discurso nesta segunda-feira, cobrando uma postura positiva da presidente Dilma Rousseff quanto ao crescimento econômico e defendendo o Imposto sobre as Grandes Fortunas. O petista ainda criticou o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmando que ele só sabe “falar de cortes” na economia.

— O primeiro chamado que faço é que a Dilma, Coração Valente, se dirija à nação, defenda o emprego, o crescimento econômico. Essa sempre foi a cara da Dilma. Quero falar com a presidente Dilma pessoalmente. Essa estratégia de retomada do crescimento têm que vir da presidenta Dilma. Ela tem de falar mais à Nação, tem de mostrar às pessoas, tem de estimular os empresários. Nós não vamos admitir que mexam no PAC, cortem investimentos! — disparou Lindbergh.

Em seguida, criticou o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

— Do jeito que a coisa vai, mais cortes podem colocar a economia em recessão e piorar os números da dívida. Tenho o maior respeito por Levy, mas vejo que, às vezes, ele se posiciona mais como secretário de Tesouro do que como ministro da Fazenda: ele só se fala de cortes, ajustes — alfinetou Lindbergh.

Em discurso, o petista disse que o Imposto sobre as Grandes Fortunas afetaria quem tem “dezenas de milhões” e não a classe média ou classe média alta. Ele ainda propôs um verdadeiro pacote tributário: aumento do Imposto Territorial Rural, o Imposto sobre Herança e Doações e ainda aumento da Contribuição Sobre o Lucro Líquido (CSLL).

— Já que vamos discutir um ajuste, é preciso que os que mais podem, os mais ricos, paguem e entrem nesse ajuste . A saída é tributar o mercado financeiro e de capitais, bem como as grandes fortunas. O Imposto sobre Grandes Fortunas não atingiria a classe média e nem mesmo aqueles que são chamados de alta classe média. Só alcançaria a riqueza acumulada por aqueles que são realmente ricos, somente aqueles que possuem dezenas de milhões em bens móveis, imóveis e aplicação financeira - disse o petista.

Lindbergh condenou o fato de o governo ter um discurso pessimista e falar apenas em cortes. Ele chamou de “equívoco” as medidas que afetam os direitos dos trabalhadores. Ele argumentou que um aliado deve ajudar a “corrigir erros”:

— O maior problema que vamos enfrentar no cenário econômico, mais do que o problema fiscal, é a recessão. Temos que ter uma estratégia de retomada do crescimento no nosso país.

O petista disse que a política de desonerações fiscais não atingiu o objetivo esperado e não evitou o desemprego. Na semana passada, o governo editou uma Medida Provisória que revoga praticamente a política de desonerações, aumentando impostos das empresas.

— As desonerações foram de R$ 104 bilhões. E concordo com o diagnóstico de que essas desonerações não atingiram o objetivo desejado. Um quarto das empresas desoneradas demitiu trabalhadores — disse ele.