Com o pasto seco, o bezerro faz esforço para se alimentar. Lorisval Ferreira Júnior, que já perdeu quatro animais, dá o resto de fubá que tem para a vaca Braúna. Ela já não tem forças para se levantar.
A Emater, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais, estima que até o fim do ano haja uma perda de 170 mil cabeças no norte de Minas, o que corresponde a 6% do rebanho total da região. A cada animal morto, o IMA, Instituto Mineiro de Agropecuária, precisa ser avisado.
Segundo a Defesa Civil, até o momento, 143 municípios de Minas Gerais foram afetados pela seca. Destes, 142 decretaram estado de emergência, como Capitão Enéas, e um, estado de calamidade.
Alguns produtores, como João José Brandão, de Capitão Enéas, tentam se prevenir. Na propriedade dele há piquetes para rotação de pastagem e cana irrigada por poço artesiano, utilizada na fabricação de silagem, mas mesmo assim, segundo o produtor, os recursos não serão suficientes para as vacas leiteiras, se não voltar a chover logo. "A gente vem atravessando dois anos com pouca chuva, a seca está prolongada e não estamos conseguindo produzir a comida que necessitamos", diz.
