Economia Aviação

Empresa vencedora de Galeão administra o melhor aeroporto do mundo, em Cingapura

Changi ficou este ano com o primeiro lugar da lista pela quarta vez, desbancando a concorrência asiática e europeia
EC Rio de Janeiro (RJ) 22/11/2013 Aeroporto Changi em Singapura Foto Divulgação / Changi Group Foto: Terceiro / Agência O Globo
EC Rio de Janeiro (RJ) 22/11/2013 Aeroporto Changi em Singapura Foto Divulgação / Changi Group Foto: Terceiro / Agência O Globo

TÓQUIO - Ao anunciar recentemente um projeto de expansão do Aeroporto Internacional de Changi, o primeiro-ministro de Cingapura, Lee Hsien Loong, classificou-o como um reflexo da imagem da cidade-estado -  um lugar que prospera como centro mundial de negócios, comércio e turismo. Não era pura retórica política. O Changi foi eleito este ano o melhor aeroporto do mundo numa votação da consultoria Skytrax, que ouviu 12 milhões de passageiros ao redor do planeta. É a quarta vez que o aeroporto cinco estrelas fica com o primeiro lugar da lista, desbancando a concorrência asiática e europeia.

O consórcio formado pela Odebrecht e a operadora de aeroportos Changi venceu o leilão de disputa do leilão do Galeão, no Rio de Janeiro, com uma oferta de R$ 19,018 bilhões. A proposta vencedora pelo terminal no Rio representa um ágio de quase 293,6% sobre o lance mínimo definido pelo governo, que era de quase R$ 5 bilhões.

Administrado pelo Changi Airport Group (CAG), o aeroporto ocupa o sétimo lugar no ranking dos mais movimentados do mundo, posição fenomenal se for levado em conta o tamanho da ex-colônia britânica, com cerca de cinco milhões de habitantes. O Changi atende 53,4 milhões de viajantes por ano e é uma das pedras fundamentais do plano cingapurense de se firmar como maior centro financeiro e tecnológico da Ásia. A cada 90 segundos, um avião decola ou pousa no Changi (tráfego aéreo que aumentou 6,7% somente este ano). São 6,8 mil voos por semana, operados por 110 companhias aéreas que conectam Cingapura a mais de 250 cidades em 60 países.

O aeroporto satisfaz tanto a quem quer passar por ali o mais rapidamente possível, sem enfrentar filas quilométricas, quanto quem precisa ficar horas vagando por seus terminais à espera do embarque. Além de gerar 160 mil empregos e responder por 6% do PIB (Produto Interno Bruto) de Cingapura, de acordo com dados oficiais, o Changi é também um dos maiores shopping-centers da cidade. Tem 350 lojas e 120 estabelecimentos na área de alimentação, espalhados por 70 mil metros quadrados. Segundo o CAG, os produtos mais vendidos são bebidas, cigarros, cosméticos e  artigos de alto luxo.

Esperar uma conexão - coisa sempre torturante em aeroportos - não chega a ser um problema. Há jardins (um deles com mais de mil borboletas), spas, cabeleireiros, academia de ginástica e cinemas. Por US$ 13, é possível dar um mergulho na piscina. E se as crianças continuarem entediadas, o Changi oferece setor de recreação infantil, salão de games e um brinquedo com 12 metros de altura que simula uma queda livre, o Slide@T3. É um parque de diversões, que inclui ainda hotel para passageiros em trânsito (o Ambassador) e outro conectado ao Terminal 3, o luxuoso Crowne Plaza.

- Além de toda a eficiência, o que mais  chama a atenção é que a qualidade dos serviços está sempre sendo medida. Quando você atravessa a imigração, ou mesmo quando entra num banheiro, encontra telas para dar uma nota para o serviço. O contraste com o Galeão, onde os passageiros nunca têm voz, é enorme - observa a designer carioca Yasmine Paranaguá, que vive em Cingapura há um ano e passa pelo Changi com frequência.

O crescimento do tráfego aéreo na região da Ásia-Pacífico, impulsionado principalmente pelo boom dos viajantes indianos e chineses, tem levado os maiores aeroportos da região a investir agressivamente na expansão. O Changi não quer perder espaço para concorrentes de peso _ como os aeroportos de Hong Kong, Seul e Kuala Lumpur _ e planeja aumento anual de 5% no movimento ao longo da próxima década. Para isso, está construindo o quarto terminal, com capacidade para 16 milhões de passageiros por ano. As instalações, marcadas por uma grande quantidade de estações de check-in automático (self-service), ficam prontas até 2017.

Um quinto terminal está programado para abrir em 2020, junto com o chamado Projeto Joia, uma área de ligação entre os terminais com mais espaço para comércio e outro megajardim com direito a cachoeira e áudio que reproduz os sons de matas tropicais.