Indicador |
2012 (jan/jun) |
2013 (jan/jun) | |
---|---|---|---|
Pedidos de falência | 11,9% | -2% | |
Falências decretadas | 9,2% | 22,7% | |
Recuperações judiciais requeridas | 62,6% | 16,7% | |
Recuperações judiciais deferidas | 77,3% | 49,1% | |
Títulos protestados (total = PF + PJ) | 8,8% | -3,4% | |
Cheques devolvidos | 2,03% | 2,04% | |
Registro de inadimplentes | 9,4% | -2,3% | |
Recuperação de crédito (pessoa física) | 14,4% | 4,1% | |
Movimento do comércio | 7,7% | 1,6% | |
Demanda por crédito do consumidor | 9,5% | -0,3% | |
Fonte: Boa Vista Serviços |
O indicador de movimento do comércio teve alta de apenas 1,6% no primeiro semestre deste ano, depois de ter avançado 7,7% em igual período de 2012 e 9,1% em 2011. A Boa Vista Serviços, administradora do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), divulgou os indicadores econômicos nesta sexta-feira (26).
“O indicador de movimento do comércio surpreendeu negativamente. Nós não tínhamos expectativa de crescimento alto, mas prevíamos alto em torno de 5% no início do ano. Hoje falamos em 3,5% a 4% de crescimento para o ano”, diz Flávio Calife, economista responsável pela pesquisa.
Segundo ele, este começo de ano sofreu a influência de fatores como aumento dos preços, seletividade do crédito e inadimplência alta. “Estes números vêm melhorando. A tendência de redução de preço, melhora da inadimplência, deve contribuir para que comércio seja melhor.”
No período, as vendas de móveis tiveram o pior desempenho, com queda de 2,8%. A alta mais significativa aconteceu no segmento de combustíveis e lubrificantes, com alta de 4,1%; seguido de supermercados, com variação de 3,3%.
Inadimplência
O indicador de registro de inadimplentes pessoa física da Boa Vista mostrou uma queda significativa no primeiro semestre deste ano. Depois de avançar mais de 20% no primeiro semestre de 2011 e de registrar alta de 9,4% no ano passado, o indicador recuou 2,3% no acumulado de 2013.
De acordo com o economista, os dados da Boa Vista estão em linha com o Banco Central – que divulgou nesta sexta-feira que a inadimplência no mercado de crédito brasileiro no segmento de recursos livres ficou em 5,2% em junho, menor em relação a maio, quando registrou 5,5%.
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Calife disse que a maior parte dos consumidores que se tornam inadimplentes fazem isso por causa do desemprego. O descontrole financeiro aparece como segunda razão mais citada.
“Se a gente olhar o quadro de desemprego no Brasil é favorável, é baixo, mas mesmo assim as pessoas ficam desempregadas, ainda há situação de desemprego. E quando não tem planejamento adequado ou a renda é menor, tende a ter menos poupança para um imprevisto”, destaca.
Risco de crédito
A Boa Vista também apresentou nesta sexta o indicador de risco de crédito do consumidor, que calcula a propensão média à inadimplência do tomador de empréstimo. A análise, que combina risco e consumo, verifica diversas variáveis como categoria de renda, quanto consumiu, indicadores macroeconômicos, variáveis cadastrais, comportamento do consumidor, etc.
A curva, tanto da análise trimestral quanto da mensal, mostra queda contínua do risco de crédito do consumidor desde o início do ano passado.