O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios (Sintect) em Ribeirão Preto (SP) aderiu à greve nacional a partir desta quarta-feira (18). A decisão foi tomada em assembleia na noite de terça-feira (18) e deve atingir as 92 cidades de abrangência do sindicato, entre elas Franca (SP), Araraquara (SP), Sertãozinho (SP), Barretos (SP) e Catanduva (SP).
No início da manhã, porém, ainda era pequena a adesão da categoria. Especificamente em Ribeirão Preto, apenas 30 carteiros haviam cruzado os braços, segundo o presidente do Sintect, Carlos Decourt Neto. O balanço da paralisação nas cidades da região será divulgado no período da tarde.
“As agências estão funcionando normalmente, os clientes podem postar cartas. O problema está na distribuição, porque os trabalhadores não saíram às ruas", disse o sindicalista, que considerou normal o número de funcionários parados. “Estamos começando agora, algumas unidades são resistentes. Vamos trabalhar durante todo o dia na conscientização dos colegas.”
A categoria pede reajuste salarial de 15%, reposição da inflação de 7,13%, aumento linear de R$ 200, reposição de 20% das perdas salariais, redução da jornada dos atendentes para seis horas e manutenção do plano de saúde.
“Esse é o fator predominante da greve. Os Correios estão implantando um novo plano de saúde e, com ele, teremos que pagar mensalmente, usando ou não a assistência médica. Hoje, só paga quem utiliza o serviço. Entendemos que essa é a melhor forma”, disse Decourt Neto.
Uma nova assembleia está marcada para acontecer na sede do sindicato no final da tarde de quarta-feira, quando será decidido se a paralisação continuará ou não. "A federação nacional transmite as orientações para os sindicatos, mas temos autonomia para decidir aceitar ou não a proposta", disse o sindicalista.
Greve nacional
Os Correios e a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) não chegaram a um acordo durante audiência de conciliação realizada no Tribunal Superior do Trabalho nesta terça-feira (17).
A proposta dos Correios é de reajuste de 8% nos salários - reposição integral da inflação de 6,27%, e aumento real de 1,7% -, aumento de 6,27% nos benefícios, além de pagamento de vale-extra no valor de R$ 650,65, a ser creditado em dezembro. Os Correios também se comprometeram a oferecer o vale-cultura, dentro das regras de adesão ao programa implementado pelo Governo Federal.
Em nota, a assessoria dos Correios informou que o impacto das reivindicações da Fentect seria de R$ 31,4 bilhões por ano, "quase o dobro da previsão de receita da empresa em 2013." O balanço oficial do número de funcionários parados será disponibilizada pelos Correios no final da tarde.