BERLIM - A produção industrial da Alemanha caiu 1,7%, mais que o esperado, no mês de julho, segundo dados divulgados nesta sexta-feira, mas a média de dois meses sugere que a indústria na maior economia europeia está no caminho da recuperação.
A produção recuou ainda mais que a menor estimativa de -1,3% em uma pesquisa da Reuters com 34 economistas. A previsão consensual era de uma queda de 0,5%.
Mas a média de dois meses mostrou um crescimento gradual na produção de 0,5%, de acordo com dados do Ministério da Economia. "O atual declínio na produção é devido a um forte resultado no mês anterior", informou o ministério.
Em junho, a produção saltou 2,0%, revisado para baixo de 2,4%. "A fase fraca acabou... No geral, a tendência de alta parece continuar moderadamente na indústria e significativamente na construção".
Já as exportações alemãs caíram inesperadamente em julho mas as importações subiram, destacando que a economia doméstica será essencial para o crescimento da Alemanha neste ano à medida que o ambiente global fraco dificulta a venda de bens no exterior.
As exportações ajustadas sazonalmente caíram 1,1% no mês, de acordo com dados da Agência Federal de Estatísticas nesta sexta-feira, ante expectativa de aumento de 0,8%, segundo pesquisa da Reuters.
As importações subiram 0,5%, abaixo da expectativa de alta de 0,9%, mas a queda de 0,8% em julho foi revisada para um recuo de 1%.
— É uma decepção, mas os dados flutuaram bastante nos últimos meses — disse Stefan Schilbe, do HSBC Trinkaus. — Mas podemos esperar que o cenário vai mudar para melhor nos próximos meses.
Indicadores antecedentes de Estados industriais --dos Estados Unidos à Grã-Bretanha e aos países da zona do euro-- apontam para cima.
Com as exportações, tradicionalmente a base da economia alemã, fracas, a demanda doméstica tem sido o motor até agora neste ano, quando analistas esperam que a maior economia da Europa tenha boa performance e sustente a recuperação da zona do euro.
A queda nas exportações foi provocada por uma baixa de 0,7% nas vendas para a zona do euro, que compra cerca de um terço dos bens e serviços alemães, e por um recuo de 1% nas vendas para países de fora da União Europeia, provavelmente devido à fraqueza em países emergentes e nos Estados Unidos.