18/09/2013 17h21 - Atualizado em 18/09/2013 17h31

Para tentar conter crimes, USP de Ribeirão Preto exige uso de crachás

Funcionários e alunos precisam estar identificados para circular no local.
Ação é a primeira de um pacote que visa coibir criminalidade no campus.

Do G1 Ribeirão e Franca

Em uma medida de tentar conter a ação de bandidos na Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto (SP), a administração do campus passou a exigir o uso de crachás por estudantes e funcionários que circulam pelo local. A medida é a primeira de uma série prevista que visa diminuir os alvos da criminalidade. Entretanto, a eficiência do uso dos crachás é discutida pelos universitários.

No fim de semana, a agência dos Correios no campus foi alvo de assaltantes. Segundo a Polícia Militar, eles fizeram funcionários e clientes reféns, e conseguiram fugir levando o dinheiro dos caixas.

Em junho de 2013, o Hospital das Clínicas (HC) da USP de Ribeirão retirou todos os caixas eletrônicos devido a uma série de ataques aos equipamentos. Segundo a assessoria de imprensa do HC, a medida foi tomada após sugestão da diretoria do hospital que, diante dos constantes ataques a caixas eletrônicos no campus da USP, pediu a retirada dos terminais para proteção dos funcionários e pacientes. Foram sete ataques a correspondentes bancários em dez meses.

Crachás
O uso de crachás passou a ser exigido na segunda-feira (16) pela diretoria da USP. Alunos e empregados do campus devem circular por todos os setores com a identificação. A regra, no entanto, dividiu a opinião dos frequentadores do campus.

Para a estudante Juliana Penha, a iniciativa pode surtir efeito. “Por enquanto não me atrapalhou ainda fazer o uso do crachá. Se na prática funcionar como na teoria, vai ser uma medida a mais de segurança”, diz.

O estudante Daercio Lucena acredita que a nova exigência no campus pode ser uma alternativa. “Eu vejo como uma forma de facilitar o controle de pessoas que circulam dentro da universidade e facilitar o trabalho da vigilância e eu considero sim uma boa alternativa, uma boa ideia o uso do crachá”, relata.

Entretanto, o estudante Ramon Fernandes Faustino afirma que o uso não oferece mais segurança ao local. Ele questiona a abordagem feita a quem não usa o crachá. “Não concordo com a abordagem porque ela tem sido de uma forma pouco humanizada. Tem muita gente que frequenta a universidade, tem pais de alunos, tem gente que tem atendimentos na área de saúde, então essas pessoas seriam barradas. Acho que tem outros meios mais eficientes de aumentar a segurança com qualidade, sem excluir as pessoas”, diz.

Entrada e saída de veículos do Campus será monitorada (Foto: Claudio Oliveira/EPTV)Entrada e saída de veículos do Campus será monitorada (Foto: Claudio Oliveira/EPTV)

Outro ponto contestado pelos estudantes é quanto à falta de iluminação em um ponto de ônibus próximo ao Centro de Vivência. “A noite tem um público feminino grande, elas esperam no ponto de ônibus sem iluminação e circulam por aqui para poder voltar para casa”, explica o estudante Rafael Stein.

Comissão de segurança
Para o presidente da Comissão de Segurança do Campus, Pietro Ciancaglini, o uso do crachá é a primeira de uma série de medidas que está sendo implantada para dar mais segurança aos frequentadores. “Essa é a primeira iniciativa no intuito de aumentar a segurança, uma vez que está aumentando o número de pessoas que estão veiculando aqui. Na segunda etapa nós colocaremos catracas eletrônicas que vão verificar pelo sistema se o indivíduo está habilitado para entrar naquele prédio. A última etapa, que já está em uma fase bastante adiantada é a alteração de todas as entradas de todos os veículos dentro do campus”, explica.

Quanto às críticas sobre a iluminação, Ciancaglini diz que uma mudança no sistema está sendo providenciada. “Em Ribeirão Preto já tem um projeto pronto de troca de lâmpadas convencionais por um sistema de led e as obras vão iniciar. Será trocada a iluminação pública, inclusive dos estacionamentos e todas as áreas comuns”, diz.

O professor Clever Farias, que teve seu carro furtado no estacionamento do campus, espera que as medidas deem mais tranquilidade. “A gente espera que resolva, que as medidas sejam implementadas o quanto antes e que traga mais segurança. Isso já aconteceu comigo, já aconteceu com outras pessoas é uma insegurança a mais. Quanto antes resolver, melhor”, relata.

Estudante usa crachá como medidade de segurança (Foto: Claudio Oliveira/EPTV)Estudante usa crachá como medidade de segurança (Foto: Claudio Oliveira/EPTV)
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